O presidente do Equador, Rafael Correa, é franco favorito para vencer as eleições deste domingo e conquistar seu segundo mandato. Além disso, ele é o líder americano de maior popularidade – pesquisa do ano passado revela que 80% dos equatorianos aprovam o mandatário. Mas quais são os fatores que transformaram Correa em um líder com tanta força política? Analistas equatorianos ouvidos pelo Terra apontam como principais motivos para o sucesso político do presidente os pesados investimentos em programas sociais e a debilidade da oposição.
Quando Correa assumiu a presidência em 2007, "iniciou um novo ciclo histórico" no país na opinião do doutor em história e professor da Pontifícia Universidade Católica do Equador (Puce), Juan José Paz y Miño Cepeda. O governo socialista de Rafael Correa, sustenta o professor, criou um novo modelo econômico (economia social e solidária, segundo a Constituição de 2008), "re-institucionalizou o Estado, definiu o poder político a favor de amplos setores populares e trabalhadores". "Graças às políticas sociais do governo do presidente Correa, se conseguiu uma melhoria social indiscutível", afirma.
A opinião é compartilhada com o professor da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) Mauro Cerbino, para quem Correa promoveu mudanças sociais e econômicas que deram estabilidade ao país. No entanto, ele aponta outro motivo que contribui para o sucesso do governo atual. "Os candidatos da oposição não conseguiram elaborar um discurso de campanha coerente e atrativo. Isso faz com que as pessoas que não querem votar em Correa não encontrem alternativas e, provavelmente, acabem votando nulo ou em branco", afirma Cerbino.
Paz y Miño aponta "múltiplos fatores" para a consagração do estilo Rafael Correa de governar. "Na frente de todos, está o fato de que o presidente Correa tem sido um líder e condutor coerente e decidido de um projeto que conseguiu fortalecer a institucionalidade, a obra pública do Estado, o investimento social, uma série de reformas administrativas e uma importante atenção ao sistema de educação", diz. De acordo com ele, essas conquistas são “visíveis” e, por isso, dificilmente o discurso opositor convencerá os eleitores.
Os candidatos de oposição sustentam que não há democracia no país e que "tudo está mal", mas, segundo Paz y Miño, se esse discurso fosse factível, "os resultados previsíveis das eleições seriam diferentes". Mauro Cerbino faz coro: para ele, apesar do estilo agressivo de Correa, seus adversários são piores. Ele critica o vínculo do principal opositor, o empresário Guillermo Lasso, com o setor bancário e condena o "modo de fazer campanha" do ex-presidente Lucio Gutiérrez, terceiro nas pesquisas, a quem acusa de fazer "clientelismo".
O atual presidente, Rafael Correa (Alianza País), aparece como favorito em todas as pesquisas para vencer ainda no primeiro turno. Mesmo com a vantagem, Correa recorreu o país em campanha desde janeiro tentando convencer os eleitores a optarem por sua lista para a Assembleia Nacional, onde busca ter maioria absoluta para um eventual segundo mandato
Foto: Divulgação
O atual presidente, Rafael Correa (Alianza País), aparece como favorito em todas as pesquisas para vencer ainda no primeiro turno. Mesmo com a vantagem, Correa recorreu o país em campanha desde janeiro tentando convencer os eleitores a optarem por sua lista para a Assembleia Nacional, onde busca ter maioria absoluta para um eventual segundo mandato
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O atual presidente, Rafael Correa (Alianza País), aparece como favorito em todas as pesquisas para vencer ainda no primeiro turno. Mesmo com a vantagem, Correa recorreu o país em campanha desde janeiro tentando convencer os eleitores a optarem por sua lista para a Assembleia Nacional, onde busca ter maioria absoluta para um eventual segundo mandato
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O atual presidente, Rafael Correa (Alianza País), aparece como favorito em todas as pesquisas para vencer ainda no primeiro turno. Mesmo com a vantagem, Correa recorreu o país em campanha desde janeiro tentando convencer os eleitores a optarem por sua lista para a Assembleia Nacional, onde busca ter maioria absoluta para um eventual segundo mandato
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O atual presidente, Rafael Correa (Alianza País), aparece como favorito em todas as pesquisas para vencer ainda no primeiro turno. Mesmo com a vantagem, Correa recorreu o país em campanha desde janeiro tentando convencer os eleitores a optarem por sua lista para a Assembleia Nacional, onde busca ter maioria absoluta para um eventual segundo mandato
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O principal opositor é o empresário Guillermo Lasso (CREO), que prometeu abertura econômica e foco na segurança pública durante a campanha. Ex-presidente do Banco de Guayaquil, o empresário promete usar a experiência de 42 anos no setor bancário para combater a pobreza através da geração de empregos e do apoio ao empreendedorismo
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O principal opositor é o empresário Guillermo Lasso (CREO), que prometeu abertura econômica e foco na segurança pública durante a campanha. Ex-presidente do Banco de Guayaquil, o empresário promete usar a experiência de 42 anos no setor bancário para combater a pobreza através da geração de empregos e do apoio ao empreendedorismo
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O principal opositor é o empresário Guillermo Lasso (CREO), que prometeu abertura econômica e foco na segurança pública durante a campanha. Ex-presidente do Banco de Guayaquil, o empresário promete usar a experiência de 42 anos no setor bancário para combater a pobreza através da geração de empregos e do apoio ao empreendedorismo
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O principal opositor é o empresário Guillermo Lasso (CREO), que prometeu abertura econômica e foco na segurança pública durante a campanha. Ex-presidente do Banco de Guayaquil, o empresário promete usar a experiência de 42 anos no setor bancário para combater a pobreza através da geração de empregos e do apoio ao empreendedorismo
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O principal opositor é o empresário Guillermo Lasso (CREO), que prometeu abertura econômica e foco na segurança pública durante a campanha. Ex-presidente do Banco de Guayaquil, o empresário promete usar a experiência de 42 anos no setor bancário para combater a pobreza através da geração de empregos e do apoio ao empreendedorismo
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Lucio Gutiérrez (PSP) governou o Equador até 2005, quando foi retirado do cargo depois de uma revolta popular motivada por acusações de corrupção em seu governo. Após o golpe, Gutiérrez se refugiou na embaixada brasileira em Quito antes de receber asilo político no Brasil. Voltou ao Equador em 2006 e foi absolvido por falta de provas. Concorreu à Presidência em 2006 e 2009. Seu partido, Sociedade Patriótica, tem a segunda maior bancada na Assembleia Nacional. Com essa força, Gutiérrez tenta pela terceira vez voltar ao comando do país
Foto: Divulgação
Lucio Gutiérrez (PSP) governou o Equador até 2005, quando foi retirado do cargo depois de uma revolta popular motivada por acusações de corrupção em seu governo. Após o golpe, Gutiérrez se refugiou na embaixada brasileira em Quito antes de receber asilo político no Brasil. Voltou ao Equador em 2006 e foi absolvido por falta de provas. Concorreu à Presidência em 2006 e 2009. Seu partido, Sociedade Patriótica, tem a segunda maior bancada na Assembleia Nacional. Com essa força, Gutiérrez tenta pela terceira vez voltar ao comando do país
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Lucio Gutiérrez (PSP) governou o Equador até 2005, quando foi retirado do cargo depois de uma revolta popular motivada por acusações de corrupção em seu governo. Após o golpe, Gutiérrez se refugiou na embaixada brasileira em Quito antes de receber asilo político no Brasil. Voltou ao Equador em 2006 e foi absolvido por falta de provas. Concorreu à Presidência em 2006 e 2009. Seu partido, Sociedade Patriótica, tem a segunda maior bancada na Assembleia Nacional. Com essa força, Gutiérrez tenta pela terceira vez voltar ao comando do país
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Lucio Gutiérrez (PSP) governou o Equador até 2005, quando foi retirado do cargo depois de uma revolta popular motivada por acusações de corrupção em seu governo. Após o golpe, Gutiérrez se refugiou na embaixada brasileira em Quito antes de receber asilo político no Brasil. Voltou ao Equador em 2006 e foi absolvido por falta de provas. Concorreu à Presidência em 2006 e 2009. Seu partido, Sociedade Patriótica, tem a segunda maior bancada na Assembleia Nacional. Com essa força, Gutiérrez tenta pela terceira vez voltar ao comando do país
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Lucio Gutiérrez (PSP) governou o Equador até 2005, quando foi retirado do cargo depois de uma revolta popular motivada por acusações de corrupção em seu governo. Após o golpe, Gutiérrez se refugiou na embaixada brasileira em Quito antes de receber asilo político no Brasil. Voltou ao Equador em 2006 e foi absolvido por falta de provas. Concorreu à Presidência em 2006 e 2009. Seu partido, Sociedade Patriótica, tem a segunda maior bancada na Assembleia Nacional. Com essa força, Gutiérrez tenta pela terceira vez voltar ao comando do país
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O empresário Álvaro Noboa Pontón, líder do Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), concorre à Presidência pela sexta vez. Considerado o homem mais rico do Equador, ele comanda mais de cem empresas em todo o mundo. No país, possui um banco, uma construtora e uma revista. Sustenta que conquistou sua fortuna por méritos próprios trabalhando desde os 19 anos
Foto: Divulgação
O empresário Álvaro Noboa Pontón, líder do Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), concorre à Presidência pela sexta vez. Considerado o homem mais rico do Equador, ele comanda mais de cem empresas em todo o mundo. No país, possui um banco, uma construtora e uma revista. Sustenta que conquistou sua fortuna por méritos próprios trabalhando desde os 19 anos
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O empresário Álvaro Noboa Pontón, líder do Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), concorre à Presidência pela sexta vez. Considerado o homem mais rico do Equador, ele comanda mais de cem empresas em todo o mundo. No país, possui um banco, uma construtora e uma revista. Sustenta que conquistou sua fortuna por méritos próprios trabalhando desde os 19 anos
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Norman Wray, ex-aliado de Correa, representa o movimento Ruptura, do qual foi um dos fundadores. É conhecido por suas bandeiras pelos direitos dos homossexuais e das mulheres (impulsionou uma campanha contra o assédio no metrô de Quito). Também é ativista pró-meio ambiente
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Norman Wray, ex-aliado de Correa, representa o movimento Ruptura, do qual foi um dos fundadores. É conhecido por suas bandeiras pelos direitos dos homossexuais e das mulheres (impulsionou uma campanha contra o assédio no metrô de Quito). Também é ativista pró-meio ambiente
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Norman Wray, ex-aliado de Correa, representa o movimento Ruptura, do qual foi um dos fundadores. É conhecido por suas bandeiras pelos direitos dos homossexuais e das mulheres (impulsionou uma campanha contra o assédio no metrô de Quito). Também é ativista pró-meio ambiente
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O advogado Mauricio Rodas, líder do movimento Sociedade Unida Mais Ação (Suma), concorre pela primeira vez aos 37 anos. Após morar no Chile e no México, voltou ao Equador prometendo pôr em prática seu plano de governo responsável. Ganhou destaque na mídia quando apresentou uma lista de 171 insultos que o presidente Rafael Correa teria proferido em seu programa semanal de rádio e televisão
Foto: Divulgação
O advogado Mauricio Rodas, líder do movimento Sociedade Unida Mais Ação (Suma), concorre pela primeira vez aos 37 anos. Após morar no Chile e no México, voltou ao Equador prometendo pôr em prática seu plano de governo responsável. Ganhou destaque na mídia quando apresentou uma lista de 171 insultos que o presidente Rafael Correa teria proferido em seu programa semanal de rádio e televisão
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O advogado Mauricio Rodas, líder do movimento Sociedade Unida Mais Ação (Suma), concorre pela primeira vez aos 37 anos. Após morar no Chile e no México, voltou ao Equador prometendo pôr em prática seu plano de governo responsável. Ganhou destaque na mídia quando apresentou uma lista de 171 insultos que o presidente Rafael Correa teria proferido em seu programa semanal de rádio e televisão
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Representante da esquerda radical, o economista Alberto Acosta Espinosa foi um dos redatores do plano de governo do então candidato Rafael Correa em 2006. Foi ministro de Minas e Energia até 2007, quando rompeu com o governo. Nas eleições deste domingo, representa seis partidos na Unidade Plurinacional das Esquerdas
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Representante da esquerda radical, o economista Alberto Acosta Espinosa foi um dos redatores do plano de governo do então candidato Rafael Correa em 2006. Foi ministro de Minas e Energia até 2007, quando rompeu com o governo. Nas eleições deste domingo, representa seis partidos na Unidade Plurinacional das Esquerdas
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Representante da esquerda radical, o economista Alberto Acosta Espinosa foi um dos redatores do plano de governo do então candidato Rafael Correa em 2006. Foi ministro de Minas e Energia até 2007, quando rompeu com o governo. Nas eleições deste domingo, representa seis partidos na Unidade Plurinacional das Esquerdas
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O pastor evangélico Nelson Zavala representa o Partido Roldosista Equatoriano (PRE). Formado em teologia no Texas, nos Estados Unidos, ele é fundador de uma igreja em Guayaquil. Durante a campanha, foi duramente criticado e processado - por sua postura contra o aborto e as relações homossexuais
Foto: Divulgação
O pastor evangélico Nelson Zavala representa o Partido Roldosista Equatoriano (PRE). Formado em teologia no Texas, nos Estados Unidos, ele é fundador de uma igreja em Guayaquil. Durante a campanha, foi duramente criticado e processado - por sua postura contra o aborto e as relações homossexuais
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O pastor evangélico Nelson Zavala representa o Partido Roldosista Equatoriano (PRE). Formado em teologia no Texas, nos Estados Unidos, ele é fundador de uma igreja em Guayaquil. Durante a campanha, foi duramente criticado e processado - por sua postura contra o aborto e as relações homossexuais
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Lasso, que aparece em algumas pesquisas com mais de 20% das intenções de voto, é o único que pode ameaçar Correa e levar a decisão para o segundo turno. No entanto, na avaliação dos analistas, o discurso de campanha não deve cativar os equatorianos porque ele defende, entre outras coisas, "o velho modelo empresarial". "O candidato Guillermo Lasso é quem melhor encarna esse desejo (de voltar ao modelo dos anos 90) porque atende aos interesses tradicionais dos grandes empresários e dos políticos de direita. Nessa conjuntura, uma população bem informada, como ocorre hoje, e mais intuitiva em sua visão política, não deve ser atraída pelas propostas de retorno ao modelo empresarial e neoliberal, ainda que este seja apresentado com outra linguagem e encoberto como uma saída do atual modelo econômico", avalia Juan José Paz y Miño Cepeda.
Correa já entrou para a história do Equador como o primeiro presidente eleito a completar um mandato. Os seus três antecessores escolhidos pelo voto direto saíram do Palácio de Carondelet pela porta dos fundos: após protestos nas ruas, Abdalá Bucaram (1996-1997) foi destituído pelo Congresso com o argumento de “incapacidade mental”, mesmo sem exame médico que comprovasse tal situação; Jamil Mahuad (1998-2000) foi expulso do governo por uma aliança de indígenas e militares; e Lucio Gutiérrez (2003-2005) foi retirado do poder pela Forças Armadas após uma série de protestos populares contra sua administração.
"Durante todo o ciclo (de 1976 a 2006), se construiu no Equador uma economia empresarial e um 'Estado de partidos', dominado pela 'classe política'. Essa confluência, 'des-institucionalizou' o Estado e derrubou as condições de vida e trabalho da população. É lógico que as reações sociais progressivamente se acumularam e estalaram na última década", afirma o historiador Paz y Miño.