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América Latina

Venezuela aguarda resultado eleitoral em ambiente de elevada tensão

15 abr 2013 - 00h37
(atualizado às 00h46)
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As eleições presidenciais na Venezuela entraram em um tenso compasso de espera no domingo, depois que o candidato da oposição denunciou um plano para alterar os resultados, em uma votação que decidirá se o país mantém o legado socialista de Hugo Chávez ou muda radicalmente o seu rumo.

Tanto a equipe do candidato governista Nicolás Maduro como a do opositor Henrique Capriles cantaram vitória e prometeram defender o resultado até as últimas consequências, em um ambiente muito sensível pela recente morte do líder bolivariano, em março.

Uma fonte da autoridade eleitoral disse à Reuters que 98 por cento das urnas já haviam sido transmitidas e que a demora na divulgação do primeiro boletim oficial poderia indicar que o resultado foi apertado, já que o órgão apenas dá resultados quando a tendência é irreversível.

Embora a campanha tenha sido de alta voltagem, com denúncias de irregularidades por parte de ambos os lados, o dia de votação transcorreu em relativa calma até que Capriles sacudiu o país com sua denúncia.

"Alertamos ao país e ao mundo a (existência de uma) intenção de querer mudar a vontade expressa pelo povo!", disse o candidato em mensagem na rede social que foi confirmada por sua equipe de campanha.

O chefe da equipe de Maduro qualificou a mensagem de seu adversário de "irresponsável", pediu calma e que seus seguidores fossem ao palácio presidencial de Miraflores.

"Vamos defender o resultado, vamos defendê-lo com as armas que a Constituição e as leis da República nos proporcionam, mas principalmente com a presença pacífica do povo na rua", disse o prefeito de Caracas, Jorge Rodríguez.

Centenas de seguidores do chavismo se juntaram nos arredores do palácio presidencial cantando e dançando, mas longe do ambiente festivo que se vivia a essas horas em 7 de outubro, quando Chávez já havia sido declarado vencedor das eleições por mais de 10 pontos de vantagem.

Por sua parte, o secretário da coalizão opositora acusou Rodríguez de tentar enganar o seu povo e o país, enquanto seus apoiadores se aglomeravam em sua sede, no leste de Caracas, em um ambiente de inquietude e otimismo.

"Nós sabemos perfeitamente o que aconteceu, e eles sabem", garantiu Ramón Aveledo em entrevista coletiva. Ele também acusou seus rivais de "irresponsáveis" por pedirem que as pessoas saíssem às ruas.

As autoridades afirmaram que a participação dos eleitores poderia beirar o recorde da eleição de outubro, quando 80 por cento dos 18,9 milhões de eleitores foram às urnas no último pleito de Chávez.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) estava lotado, com uma densa atmosfera de inquietude, enquanto jornalistas, observadores e os partidos esperavam o primeiro boletim, divulgado apenas quando o resultado é irreversível.

(Por Diego Oré e Mario Naranjo, com reportagem adicional de Deisy Buitrago, Todd Benson, Girish Gupta e Andrew Cawthorne)

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