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Após 16 anos, oposição na Venezuela é maioria na Assembleia

7 dez 2015 - 04h14
(atualizado às 07h59)
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Foto: EFE

Coalizão de oposição ao chavismo vence 99 dos 167 assentos na Assembleia Nacional. Partido governista PSUV fica com 46. Maduro aceita resultado e destaca "triunfo da Constituição e da democracia".

A coalização de oposição na Venezuela, Mesa de la Unidad Democrática (MUD), conquistou 99 dos 167 assentos da Assembleia Nacional nas eleições legislativas deste domingo (06/12). O "oficialismo", bloco de governo que inclui o partido socialista de Nicolás Maduro PSUV e partidos aliados, ficou com 46 assentos, segundo divulgou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) após a apuração de 96% das urnas.

O presidente da Venezuela disse aceitar os resultados adversos e destacou "o triunfo da Constituição e da democracia". "Nosso reconhecimento dos resultados sempre esteve garantido", disse Maduro na madrugada desta segunda-feira em um discurso transmitido pela TV estatal. "Sempre soubemos que nadávamos contra a corrente e não nos escondemos." Ele atribuiu a vitória da oposição a uma "guerra econômica".

A vitória já havia sido anunciada mais cedo pelo ex-candidato a presidente Henrique Capriles e por Lilian Tintori, esposa do oposicionista preso Leopoldo López.

"Ganhamos e ganhamos bem. São momentos muito difíceis porque sabemos que ganhamos, mas não sabemos o que o governo vai fazer", disse Tintori.

Com a maioria, a oposição pode limitar o poder de atuação de Maduro, cujo mandato vai até 2019. Depois de 16 anos de hegemonia chavista, com a maioria parlamentar, os oposicionistas também podem aprovar uma lei de anistia para presos políticos e investigar funcionários públicos.

Para os líderes da oposição, a vitória marca o início do fim do chavismo. Especialistas afirmam que a péssima situação econômica do país foi um dos fatores fundamentais para a possível derrota do governo.

Eleição (quase) sem incidentes

Cerca de 20 milhões de venezuelanos foram às urnas neste domingo para eleger os novos parlamentares. A eleição transcorreu sem incidentes, porém, no final do dia, o CNE decidiu prorrogar por uma hora a votação e retirar credenciais de ex-presidentes de vários países latino-americanos que observavam o processo eleitoral a pedido da oposição e haviam questionado o atraso no fechamento das urnas.

A oposição alegou que a manobra governista visava evitar a derrota. Três horas após o prazo oficial de fechamento das urnas, o CNE ainda não havia anunciado o encerramento da eleição.

O órgão eleitoral afirmou que a legislação determina que, enquanto houver eleitores na fila para votar, as urnas devem permanecer abertas.

CN/rtr/efe

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