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América Latina

Disputa acirrada pela presidência da Argentina tem três favoritos

22 out 2015 - 20h50
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Dos seis candidatos que concorrem à presidência da Argentina nas eleições do próximo domingo, três são apontados nas pesquisas como os únicos com possibilidades de vencer aquele que vem sendo considerado como o pleito mais acirrado dos últimos 12 anos devido à possibilidade de chegar, pela primeira vez, a um segundo turno.

O governista Daniel Scioli, da coligação Frente para a Vitória, da presidente Cristina Kirchner, lidera as pesquisas, mas com uma margem insuficiente para garantir o triunfo antecipado sobre o conservador Mauricio Macri, da aliança Mudemos, e o peronista dissidente Sergio Massa, da coalizão Unidos por uma Nova Alternativa (UNA).

Sem chances, segundo as pesquisas, estão os três candidatos restantes: Margarita Stolbizer (Progressistas), única mulher a disputar a presidência nestas eleições; Nicolás del Caño (Frente de Esquerda) e o ex-presidente interino (em 2001) Adolfo Rodríguez Saá (Peronismo Federal).

São justamente os três com menos possibilidades que apresentam programas eleitorais mais concretos frente aos favoritos nas projeções, que repetem sua aposta no desenvolvimento do país e tentam evitar planos sobre temas mais espinhosos, como a luta contra a inflação, a insegurança, a política de subsídios, o controle sobre a compra de dólares ou a estagnação econômica.

Às vésperas do pleito, Scioli lidera as pesquisas, e um segundo turno poderia complicar suas chances de chegar à Casa Rosada. Caso vença, o governador da província de Buenos Aires e candidato da Frente para a Vitória (FpV) coroaria uma longa carreira política na qual colaborou com peronistas das mais diferentes tendências, desde o liberal Carlos Menem ao falecido Néstor Kirchner.

Ele entrou para a política através de Menem quando já era conhecido no país por sua atividade como piloto de powerboar, esporte no qual chegou a ganhar um campeonato mundial após perder seu braço direito em um grave acidente.

Scioli consolidou sua carreira acompanhando Kirchner como vice-presidente (2003-2007) antes de assumir o governo de Buenos Aires, principal distrito eleitoral do país e reduto peronista.

Sem muito apoio da presidente Cristina Kirchner, a aposta de Scioli para chegar à Casa Rosada passou por vencer as resistências do kirchnerismo e da própria governante, que, finalmente, e diante de seu avanço nas pesquisas, cedeu para que ele se tornasse o candidato da FpV.

Mas Cristina não lhe deu um cheque em branco. Impôs um de seus homens de maior confiança, Carlos Zanini, como candidato a vice-presidente.

Seu programa, uma "agenda nacional do desenvolvimento", tem pouca definição sobre ações concretas: "Manteremos o que tiver que ser mantido e mudaremos o que for preciso mudar", repetiu como mantra.

Quem também se apresenta com uma "agenda do desenvolvimento" para a Argentina é Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires e líder do partido conservador Proposta Republicana (Pro), que compõe a chapa Mudemos.

À frente do Pro, partido surgido após a crise de 2001 e que aglutina militantes peronistas, radicais e jovens profissionais, Macri conseguiu romper o tradicional bipartidarismo argentino, embora seu caminho à Casa Rosada não pareça nada fácil.

Filho de um conhecido empresário, sua passagem à política aconteceu também após se tornar uma figura conhecida no âmbito esportivo: foi presidente do Boca Juniors.

Após oito anos no governo da cidade de Buenos Aires, ele se apresenta como o candidato da mudança e, ciente de que não derrotará a máquina peronista no primeiro turno, Macri, de 56 anos, joga as fichas no segundo.

Por sua vez, Massa, um ex-kirchnerista de 43 anos agora opositor do governo, também aposta em levar a melhor em um eventual segundo turno à frente da aliança Uma Nova Alternativa. Ele foi o único a crescer nas pesquisas nas últimas semanas com uma campanha mais audaz que a de seus adversários.

Sua experiência na administração pública à sombra do kirchnerismo - chegou a ser chefe de Gabinete de Cristina Kirchner - e sua gestão à frente do município de Tigre, um dos mais turísticos e prósperos da província de Buenos Aires, são seus principais instrumentos para convencer o eleitor.

Com apenas 5% de projeção de votos, a socialista Margarita Stolbizer, com uma sólida trajetória política, foi tentada, até agora sem sucesso, a apoiar algum de seus adversários.

Mais longe ainda nas pesquisas, com apenas 2% nas previsões, estão Nicolás del Caño, o mais jovem dos concorrentes, com 35 anos, e o veterano Rodríguez Saá, de 68.

EFE   
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