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Com ruas vazias, venezuelanos votam para polêmica Constituinte

30 jul 2017 - 11h02
(atualizado às 11h57)
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Maduro prometeu que a Assembleia vai restaurar a paz após quatro meses de protestos da oposição
Maduro prometeu que a Assembleia vai restaurar a paz após quatro meses de protestos da oposição
Foto: Reuters

Com ruas vazias e barricadas em algumas áreas, venezuelanos começaram a votar na manhã deste domingo para uma Assembleia Constituinte que espera-se dar novos poderes ao Partido Socialista e possivelmente estender seu impopular governo.

O presidente Nicolás Maduro, amplamente impopular por governar durante uma grave crise econômica, prometeu que a Assembleia vai restaurar a paz após quatro meses de protestos da oposição, durante os quais mais de 115 pessoas foram mortas.

Maduro, que tem sido hostilizado em eventos públicos recentes, votou às 6h deste domingo com pouca exposição.

Os partidos de oposição estão boicotando o que eles chamam de eleições fraudulentas, enquanto planejam manifestações em todo o país durante o dia, aumentando a perspectiva de confrontos violentos com forças de segurança.

Críticos dizem que a Assembleia permitirá a Maduro dissolver o Congresso liderado pela oposição, atrasar futuras eleições e reescrever as regras eleitorais para evitar que os socialistas sejam expulsos do poder.

A votação, após o adiamento das eleições regionais e a repetida recusa de Maduro em atender às decisões do Congresso, foi condenada internacionalmente.

Os Estados Unidos, o maior mercado para o petróleo venezuelano, impuseram sanções na semana passada a 13 líderes do Partido Socialista, em parte como uma resposta às eleições. O governo do presidente Donald Trump prometeu adotar medidas econômicas adicionais se a votação for realizada.

"Até amanhã, ficará claro que esta não era apenas uma fraude constitucional, mas também o maior erro histórico que Maduro e sua gangue poderiam ter cometido", disse o líder da oposição Freddy Guevara em entrevista coletiva no sábado.

Maduro diz que é vítima de governos de direita de todo o mundo e responsabiliza uma "guerra econômica" de seus adversários pelas dificuldades da economia do país -- da falta de alimentos e medicamentos à inflação de três dígitos.

Ele diz que os protestos da oposição foram impulsionados pelo vandalismo e pela violência arbitrária que só serão contidos com a Assembleia Constituinte.

Os eleitores no domingo não serão questionados se desejam a Assembleia, apenas vão escolher seus 545 membros em mais de 6.100 candidatos que representam uma ampla gama de aliados do Partido Socialista.

Pesquisas sugerem que a grande maioria dos venezuelanos se opõe à Assembleia. A oposição diz que mais de 7 milhões de eleitores --de uma população de cerca de 32 milhões-- rejeitaram de forma esmagadora a proposta de Maduro em um referendo não oficial organizado este mês.

Alguns adversários do governo estão tentando bloquear a votação.

No estado de Tachira, um grupo de várias centenas de pessoas queimou máquinas de votação que estavam instaladas em duas escolas. A mídia local relatou três mortes na região andina do país pelos conflitos durante a noite, embora a Reuters não tenha conseguido confirmá-las.

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