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América Latina

Almagro diz que desconhece Constituinte venezuelana por ser "antidemocrática"

9 mai 2017 - 21h07
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O secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, discursou nesta terça-feira no Parlamento venezuelano, de maioria opositora, e informou que desconhece a convocação da Assembleia Constituinte pelo presidente Nicolás Maduro por ser um gesto "antidemocrático".

"Desconhecemos este processo de solicitação da Assembleia Nacional Constituinte por ser completamente antidemocrático, é parte do padrão do governo se negando à realização de eleições como estabelece a Constituição", disse Almagro via Skype durante a sessão da Assembleia Nacional (AN, parlamento).

Almagro disse que o governo pretende "consolidar de uma maneira constitucional os poderes ditatoriais que veio assumindo neste tempo" e reiterou que a Constituinte "representa outro golpe contra a democracia" e "evidencia uma tentativa completamente ilegal e antidemocrática".

"A Venezuela se destaca por ser o único país da região que desceu vertiginosamente até se transformar autoritarismo desenfreado", expressou.

Além disso, se referiu à retirada da Venezuela da OEA e comentou que querer sair da organização "por suposta ingerência é definitivamente uma cortina de fumaça para ocultar o fato de que o governo venezuelano já não adere aos princípios democráticos e direitos humanos" que o organismo representa.

O dirigente da OEA indicou que se esta decisão ordenada pelo chefe de Estado venezuelano fosse um "posicionamento verdadeiramente soberano", o povo "jamais abandonaria" os princípios estabelecidos no sistema interamericano.

Almagro também afirmou que o Governo venezuelano "tem as mãos manchadas de sangue" e que demonstrou que seu "único interesse" é se manter no poder. Por último, condenou a "repressão" que os venezuelanos estão vivendo nas manifestações.

Uma das vozes internacionais mais críticas em relação ao governo de Maduro, Almagro se reuniu na semana passada com o presidente da AN, o opositor Julio Borges, em Washington, onde recebeu o documento com o qual o Legislativo declarou a "nulidade" da solicitação de retirada da organização, apresentada pelo presidente do país no dia 28 de abril.

EFE   
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