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Alemães de extrema-direita entram em confronto esquerdistas após esfaqueamento em Chemnitz

27 ago 2018 - 19h46
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Manifestantes da extrema-direita entraram em confronto com manifestantes de esquerda nesta segunda-feira na cidade alemã de Chemnitz, no leste do país, após um iraquiano e um sírio serem presos por um ataque fatal a facadas que havia provocado protestos violentos.

Manifestantes de direira durante protesto em Chemnitz
 27/8/2018    REUTERS/Matthias Rietschel
Manifestantes de direira durante protesto em Chemnitz 27/8/2018 REUTERS/Matthias Rietschel
Foto: Reuters

A polícia informou ter usado canhões de água após fogos de artifício serem jogados por ambos os lados, causando ferimentos.

Autoridades estatais e locais pediram calma conforme milhares de pessoas foram às ruas, e o porta-voz da chanceler Angela Merkel disse que a Alemanha não irá tolerar "justiceiros".

As agitações refletem uma crescente divisão na sociedade alemã após o governo Merkel permitir a entrada de mais de um milhão de solicitantes a asilo no país em 2015, provocando uma guinada à direita na política alemã.

Mais de mil manifestantes de esquerda se juntaram perto de uma estátua gigante de Karl Marx em Chemnitz nesta segunda-feira para protestar contra ataques a estrangeiros que aconteceram durante uma manifestação no domingo, após relatos nas redes sociais sofre o esfaqueamento de um alemão de 35 anos.

"As cenas de pessoas indo atrás daqueles que parecem estrangeiros nos assustam. Nós queremos mostrar que Chemnitz possui outro lado, que é cosmopolita e se opõe à xenofobia", disse Tim Detzner, chefe de partido radical de esquerda em Chemnitz, durante manifestação.

Quase o mesmo número de manifestantes agitando bandeiras da Alemanha e da Baviera se juntou em área aproxima, alguns deles ultrapassando barreiras policiais colocadas para manter os dois lados afastados. Muitos gritaram "Nós somos o povo", um slogan usado por manifestantes da extrema-direita.

A polícia da Saxônia, Estado onde fica Chemnitz, informou no Twitter que por volta das 16h30, no horário de Brasília, a manifestação havia se encerrado e que estava acompanhando participantes até a estação de trens.

Tensões estão altas depois que cerca de 800 manifestantes - incluindo cerca de 50 que a polícia descreveu como prontos para cometer violência - tomaram as ruas no domingo após o esfaqueamento, que a polícia disse ter acontecido por um desentendimento.

Canais de televisão transmitiram filmagens amadoras de skinheads perseguindo um homem de aparência estrangeira pelas ruas.

"Não toleramos tais assembleias ilegais e a perseguição de pessoas que parecem diferentes ou têm origens diferentes, e tentativas de espalhar ódio pelas ruas", disse o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, em um boletim de rotina à imprensa.

"Isso não tem vez em nossas cidades e nós, como governo alemão, o rejeitamos nos termos mais fortes", disse. "Nossa mensagem básica para Chemnitz e além é que na Alemanha não existe lugar para justiceiros, para grupos que querem espalhar ódio pelas ruas, para intolerância e para extremismo".

Procuradores locais disseram ter prendido dois suspeitos, um sírio de 22 anos e um iraquiano de 21 anos.

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