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Ainda no poder, Lukashenko premia forças de segurança enquanto protestos continuam

18 ago 2020 - 11h08
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Alexander Lukashenko, o líder de Belarus, concedeu nesta terça-feira medalhas "por um serviço impecável" a agentes da lei que o ajudaram a reprimir os manifestantes que vêm exigindo sua renúncia há dez dias.

Protesto contra eleição, em frente ao Museu de Arte Nacional em Minsk, Belarus, com faixa em que se lê: Onde está Konstantin Shishmakov?
18/8/2020 REUTERS/Vasily Fedosenko
Protesto contra eleição, em frente ao Museu de Arte Nacional em Minsk, Belarus, com faixa em que se lê: Onde está Konstantin Shishmakov? 18/8/2020 REUTERS/Vasily Fedosenko
Foto: Reuters

Na tentativa de acabar com as greves que se espalharam por algumas das fábricas mais importantes do país, o governo também enviou uma carta a gerentes de plantas estatais instruindo-os a fazer com que os trabalhadores cumpram suas tarefas ou sejam disciplinados.

Lukashenko, no poder há 26 anos, está sob pressão e não se antevê o fim dos protestos e das greves contra o que manifestantes dizem ter sido uma eleição presidencial fraudada no dia 9 de agosto e que ele diz ter vencido.

Ao menos dois manifestantes morreram e milhares foram detidos na operação repressiva pós-eleitoral. A oposição diz que a política da oposição Sviatlana Tsikhanouskaya foi a vencedora do pleito e quer novas eleições.

A União Europeia se prepara para impor novas sanções a Minsk por causa da repressão. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira que a Alemanha quer que o governo bielorrusso se abstenha da violência, liberte prisioneiros políticos e inicie conversas com a oposição.

Putin, segundo o Kremlin, disse a Merkel que uma tentativa de intervenção externa nos assuntos internos de Belarus seria inaceitável.

A Rússia, aliada tradicional de Minsk, está atenta aos desdobramentos porque a Belarus abriga oleodutos usado para transpor exportações russas ao Ocidente e é vista por Moscou como uma zona-tampão contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Ainda nesta terça-feira, centenas de manifestantes bradaram "vergonha" em um teatro de Minsk em solidariedade a seu diretor, que foi demitido por se posicionar a favor da oposição.

Mais tarde, eles se reunirão em uma prisão onde o marido da líder opositora exilada Tsikhanouskaya está detido desde o final de maio. Ele planejava concorrer contra Lukashenko na eleição e foi substituído pela esposa.

Lukashenko está passando apuros para conter o maior desafio já visto à sua permanência no poder - protestos contra a maneira como ele lida com a pandemia de coronavírus, a eleição e outras denúncias estão causando revolta em partes da sociedade.

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