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Agenda 2030 pode se tornar 'maior fracasso coletivo', diz Lula

Presidente também criticou Conselho de Segurança da ONU

22 set 2024 - 12h26
(atualizado às 14h11)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciou neste domingo (22), em discurso na Cúpula do Futuro, em Nova York, a crescente perda de "legitimidade" do Conselho de Segurança da ONU e alertou que os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável caminham para se tornar o "maior fracasso coletivo" da humanidade.

    A reunião antecede a Assembleia-Geral das Nações Unidas e foi convocada com o objetivo de discutir formas de garantir o cumprimento das metas da chamada Agenda 2030, como erradicação da pobreza extrema e da fome, redução das desigualdades e fortalecimento das instituições globais.

    "A pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram limitações das instâncias multilaterais. A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões. A legitimidade do Conselho de Segurança encolhe a cada vez que ele aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades", afirmou Lula no plenário da ONU.

    Durante seu pronunciamento, o presidente ainda cobrou "ousadia" e "transformações estruturais" para resolver a "crise da governança" no mundo, além de afirmar que o Sul Global "não está representado" nas instituições multilaterais "de forma condizente com seu peso político e econômico".

    Além disso, o petista alertou que, no ritmo atual de implementação, "apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão atingidas dentro do prazo". "Os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável foram o maior empreendimento diplomático dos últimos anos e caminham para se tornar o nosso maior fracasso coletivo", acrescentou.

    Segundo Lula, o mundo não pode "recuar na promoção da igualdade de gênero nem na luta contra o racismo e todas as formas de discriminação, tampouco voltar a conviver com ameaças nucleares".

    "É inaceitável regredir a um mundo dividido em fronteiras ideológicas ou zonas de influência. Naturalizar a fome de 733 milhões de pessoas seria vergonhoso, e voltar atrás em nossos compromissos é colocar em xeque tudo que construímos tão arduamente", disse.

    O presidente também reforçou que os níveis atuais de emissões de gases do efeito estufa e dos financiamentos contra a crise climática "são insuficientes para manter o planeta seguro".

    "Em parceria com o secretário-geral [António Guterres], como preparação para a COP30 [em 2025, em Belém], vamos trabalhar por um balanço ético global, reunindo diversos setores da sociedade civil para pensar a ação climática sob o prisma da justiça, da equidade e da solidariedade", declarou. .

Ansa - Brasil
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