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África

ONU denuncia massacres e existência de crianças-soldado no Sudão do Sul

17 jan 2014 - 19h31
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O subsecretário-geral da ONU para os Direitos Humanos, Ivan Simonovic, afirmou que há crianças-soldado combatendo no Sudão do Sul e denunciou massacres. "As informações que nos chegam indicam massacres, execuções extrajudiciais, destruições em grande escala, saques e o recrutamento de crianças-soldado", declarou à imprensa o enviado da ONU em uma visita ao Sudão do Sul.

A agência da ONU para a Infância, Unicef, disse que também tem "relatórios de credibilidade de que há crianças participando do conflito", embora não tenha fornecido dados. A ONU acusa as forças do presidente Salva Kiir e do ex-vice-presidente Riek Machar de cometer atrocidades no conflito, que começou no dia 15 de dezembro.

"Ouvimos que estão recrutando crianças no chamado Exército Branco", acrescentou Simonovic, referindo-se a uma milícia que devastou o estado de Jonglei (leste) nos combates travados junto com soldados amotinados leais a Machar na cidade de Bor, em poder dos rebeldes.

As organizações de ajuda humanitária indicam em 10.000 o número de pessoas mortas nos combates, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu ambos os lados de que serão considerados "responsáveis". Simonovic disse que é necessário que sejam prestadas contas por todas as violações dos direitos humanos cometidas.

A ONU também considerou possível nesta sexta-feira que, no final do mês, mais de 100.000 sul-sudaneses tenham fugido para campos de refugiados em países próximos, como consequência da violência. Mais de 86.000 pessoas já cruzaram as fronteiras desta jovem nação desde o início do conflito, e cerca de 468.000 estão deslocadas no interior do país, segundo a ONU.

No plano militar, o Exército disse ter perdido contato com suas forças na cidade petroleira de Malakal, que pode ter sido tomada pela rebelião.

Ivan Simonovic viajou a Bentiu, no estado da Unidade (norte), reconquistado na semana passada pelo Exército regular Citado na quinta pela missão da ONU no Sudão do Sul, ele falou de "uma cidade fantasma" e disse que viu corpos de pessoas que tiveram as mãos atadas antes de serem executadas. "Quando algum grupo retoma o controle de Bentiu, comete violações dos direitos humanos e mata civis", declarou Simonovic.

Somam-se ao conflito político atos de violência entre os grupos étnicos do presidente Kiir e Machar. Bentiu e Malakal, na província petroleira do Alto Nilo (nordeste) são as cidades mais afetadas por combates.

Muitos moradores de Malakal tentam chegar ao Sudão, país do qual o sul se tornou independente em julho de 2011 após uma longa guerra civil.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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