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África

Grupo islamita argelino afirma ter 41 reféns estrangeiros

16 jan 2013 - 15h04
(atualizado às 18h08)
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Militantes islâmicos atacaram na madrugada desta quarta-feira um campo de extração de gás na Argélia e disseram ter sequestrado até 41 estrangeiros em retaliação à intervenção francesa no vizinho Mali, segundo relatos da imprensa regional. Os agressores também disseram ter matado três pessoas, inclusive um britânico e um francês.

Imagem de arquivo mostra o campo de petróleo e gás ocupado pelos radicais; informações dão conta de 41 reféns
Imagem de arquivo mostra o campo de petróleo e gás ocupado pelos radicais; informações dão conta de 41 reféns
Foto: AFP

Um grupo ligado à Al-Qaeda disse que a ação foi realizada por causa da decisão da Argélia de autorizar a França a usar seu espaço aéreo para bombardear militantes islâmicos no Mali, numa intervenção iniciada na semana passada. O ataque no sul da Argélia também desperta temores de que a ação francesa no Mali poderá levar a mais retaliações da Al-Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) contra alvos ocidentais na África e na Europa.

A AQMI, braço regional da Al -Qaeda, reivindicou a autoria do ataque desta quarta-feira no campo gasífero de Amenas, na Argélia, segundo a agência de notícias ANI, da Mauritânia. O Ministério do Interior argelino disse que "um grupo terrorista fortemente armado e usando três veículos lançou o ataque nesta quarta-feira às 5h contra a base da Sonatrach em Tigantourine, perto de Amenas, a cerca de 100 quilômetros da fronteira da Argélia com a Líbia."

O campo gasífero é operado conjuntamente pela britânica BP, pela norueguesa Statoil e pela estatal argelina Sonatrach. A BP disse que homens armados continuam ocupando as instalações. A APS, agência oficial de notícias da Argélia, disse que um britânico e um segurança argelino foram mortos e que sete pessoas ficaram feridas. Um cidadão francês também teria sido morto no ataque, segundo uma fonte local.

Também entre os sequestrados, de acordo com várias fontes, há cinco japoneses a serviço da firma de engenharia JGC, um francês, um irlandês, um norueguês e vários britânicos. Um membro de um grupo islâmico que se identifica como "Batalhão do Sangue" disse à imprensa mauritana que cinco reféns estão sendo mantidos nas instalações de produção de gás e 36 em uma área de alojamentos. A APS disse que os militantes libertaram argelinos que trabalham no local.

"A operação foi em resposta à flagrante interferência da Argélia e à abertura do seu espaço aéreo para que a aviação francesa bombardeie o norte do Mali", disse um porta-voz islâmico à ANI, agência de notícias da Mauritânia. A ANI, que tem contato direto regular com os islâmicos, informou que os combatentes sob o comando de Mokhtar Belmokhtar estavam com os estrangeiros.

Belmokhtar por anos comandou combatentes da Al-Qaeda no Saara antes de montar o seu próprio grupo armado islâmico ano passado, depois de uma aparente briga com outros líderes militantes. O Exército argelino estava na área do campo de gás, de acordo com fontes francesas e argelinas. A ANI também informou que os islamistas disseram que estavam cercados por forças argelinas e advertiram que qualquer tentativa de libertar os reféns levaria a um "final trágico".

Um dos sequestradores disse à ANI que o perímetro do local estava minado.

EFE   
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