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África

Em meio à grande instabilidade, Lesoto vai às urnas pela 2ª vez em dois anos

3 jun 2017 - 15h59
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Os cidadãos do pequeno reino de Lesoto retornaram neste sábado às urnas para eleger seu primeiro-ministro, apenas dois anos após as últimas eleições e em meio a uma grande instabilidade política marcada pela recente moção de censura que derrubou o governo de coalizão de Pakalitha Mosisili.

Os cerca de 1.500 colégios eleitorais abriram para receber 1,2 milhão de eleitores que se registraram nesse pequeno país de dois milhões de habitantes encravado no coração da África do Sul.

Até pouco antes do encerramento da votação, a jornada transcorreu sem incidentes, e a expectativa é que os resultados sejam divulgados ao longo desta semana.

No entanto, alguns eleitores denunciaram através das redes sociais a presença "intimidadora" de soldados em alguns colégios, apesar de a Comissão Eleitoral ter pedido expressamente ao exército que se mantivesse à margem do processo.

Mosisili, de 72 anos, espera voltar ao cargo, e seu maior rival é o também ex-primeiro-ministro Thomas Thabane, que foi precisamente quem impulsionou a moção de censura como líder do partido ABC.

A maioria absoluta se situa em 80 cadeiras, mas os analistas preveem um resultado que repartirá os 120 assentos do parlamento e embocará em um novo governo de coalizão frágil que complicaria a saída da crise que o país vive desde 30 de agosto de 2014.

Naquele dia, Thabane teve que fugir à vizinha África do Sul devido a uma tentativa de golpe de Estado na qual os militares sublevados cercaram sua residência.

Thabane - que governava em coalizão desde 2012 - tinha acabado de destituir o chefe do exército, Tlali Kamoli, um general próximo a Mosisili que não aceitou a decisão do premiê e recorreu a soldados leais para intimidá-lo.

O primeiro-ministro conseguiu retornar à capital de Lesoto, Maseru, alguns dias depois escoltado por policiais da África do Sul, que rodeia geograficamente o reino montanhoso e tem grande influência econômica e política no país.

Negociações promovidas por Pretória levaram à realização de novas eleições em fevereiro de 2015, e a repartição de cadeiras levou ao poder Mosilisi, que não cumpriu o seu compromisso de efetivar a destituição de Kamoli do comando das Forças Armadas.

Esta situação foi aproveitada pelo general para fazer uma campanha de repressão contra os opositores que obrigou Thabane a refugiar-se outra vez na África do Sul.

Kamoli foi finalmente substituído em novembro de 2016 e Thabane retornou a Lesoto em fevereiro deste ano, dias antes de impulsionar com sucesso a moção contra Mosisili.

A monarquia constitucional de Lesoto viveu numerosos golpes de Estado desde que se tornou independente do Reino Unido em 1966.

EFE   
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