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África não deveria ceder soberania à China devido a empréstimos, diz secretário dos EUA

8 mar 2018 - 17h37
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, disse nesta quinta-feira que os países africanos deveriam ter cuidado para não abdicar de sua soberania quando aceitam empréstimos da China, o maior parceiro comercial do continente.

Tillerson é servido de café em cerimônia em Addis Ababa
 8/3/2018    REUTERS/Jonathan Ernst
Tillerson é servido de café em cerimônia em Addis Ababa 8/3/2018 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

Tillerson está aproveitando sua primeira viagem diplomática à África para reforçar alianças de segurança em um continente que se volta cada vez mais para Pequim em busca de ajuda e comércio.

    Ele também pode tentar melhorar as relações, já que o presidente norte-americano, Trump, teria desdenhado de algumas nações africanas em janeiro.

    "Não estamos tentando de maneira nenhuma afastar os dólares chineses da África", explicou Tillerson em uma coletiva de imprensa na capital da Etiópia. "É importante que países africanos analisem cuidadosamente os termos destes acordos e não abdiquem de sua soberania".

    Os EUA são os principais doadores de ajuda para a África, mas a China os ultrapassou como parceira comercial em 2009. Pequim injetou bilhões de dólares em projetos de infraestrutura, mas críticos dizem que o uso de empresas e mão de obra chinesas mina seu valor.

    Tillerson disse que os investimentos chineses "não levam a uma criação significativa de empregos localmente" e criticou a forma como Pequim estrutura os empréstimos para governos africanos.

    Se um governo aceita um empréstimo chinês e "tem problemas", disse, pode "perder o controle de sua própria infraestrutura ou seus próprios recursos devido a um calote". Ele não deu exemplos.

    Os empréstimos chineses crescentes ao continente também provocaram críticas de alguns africanos, que dizem que a meta da China é satisfazer seu apetite por matérias-primas africanas, como petróleo, madeira e minerais, e garantir contratos para suas empresas.

    O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que visitava o Zimbábue nesta quinta-feira, disse ser inadequado Tillerson criticar o relacionamento da China com países africanos.

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