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Morte de político alemão pode ter tido motivação extremista

17 jun 2019 - 12h05
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Um militante de extrema direita foi preso em conexão com a morte de um político conservador de Kassel pró-migração. Suspeito já teve ligação com grupos neonazistas e foi condenado por atacar abrigo de refugiados.A procuradoria federal da Alemanha anunciou na segunda-feira (17/06) que assumiu as investigações do homicídio do chefe do conselho administrativo do distrito de Kassel, Walter Lübcke, indicando a suspeita que o crime pode ter tido motivação política e envolvimento da extrema-direita.

Enterro de Walter Lübcke contou com a presença de 1.300 pessoas e uma guarda de honra composta por policiais e militares das Forças Armadas
Enterro de Walter Lübcke contou com a presença de 1.300 pessoas e uma guarda de honra composta por policiais e militares das Forças Armadas
Foto: DW / Deutsche Welle

Lübcke, de 65 anos e filiado à União Democrata-Cristã (CDU), foi encontrado morto por seus parentes no terraço da sua residência com um tiro na cabeça no dia 2 de junho. A polícia rapidamente descartou a hipótese de suicídio ou disparo acidental. Nenhuma arma foi encontrada no local. A autópsia revelou que o disparo ocorreu à curta distância.

"Nós assumimos o caso", disse uma porta-voz do Ministério Público Federal, que lida com crimes motivados por extremismo político e religioso. Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, os procuradores federais assumiram o controle da investigação depois que os indícios apontaram "a suspeita de que um extremista de direita ou de um grupo terrorista de direita estejam envolvidos".

No último sábado, a polícia alemã prendeu um suspeito: um homem de 45 anos que reside no estado de Hessen. De acordo com as autoridades, a prisão ocorreu com base em provas de DNA.

Segundo veículos da imprensa alemã, o suspeito já teve ligação com grupos de extrema direita, entre eles o núcleo do neonazista Partido Nacional-Democrático (NPD) do estado de Hessen. De acordo com a revista Der Spiegel, o suspeito já foi detido no passado em Dortmund durante um confronto entre extremistas e sindicalistas durante as festividades de 1° de maio e tinha ficha por posse ilegal de armas, furtos e outros delitos. Já o semanário Die Zeit identificou o suspeito como Stephen E. e informou que ele já havia sido condenado por tentar atacar um abrigo de refugiados em Hessen nos anos 1990.

Lübcke, o político assassinado, vinha sendo regularmente alvo de críticas e insultos da cena extremista local por suas posições pró-migrantes, segundo o jornal Hessische/Niedersächsische Allgemeine. Ele também defendeu publicamente a política de braços abertos da chanceler federal Angela Merkel durante a crise dos refugiados de 2015.

À época, durante uma audiência pública, ele bateu boca com militantes de extrema direita que criticavam a instalação de abrigos provisórios para refugiados no distrito.

Lübcke era chefe do distrito de Kassel (que engloba a cidade de mesmo nome e outras 137 municipalidades desde 2009). Seu enterro contou com a presença de 1.300 pessoas e uma guarda de honra composta por policiais e militares das Forças Armadas.

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