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Moro reforça versão de que vazamento foi ataque hacker para prejudicar Lava Jato

Em entrevista ao Ratinho, ministro da Justiça e Segurança Pública descartou a possibilidade de o conteúdo ter sido vazado por integrantes da operação

19 jun 2019 - 01h41
(atualizado às 04h32)
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SÃO PAULO - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, voltou a classificar o vazamento de mensagens supostamente trocadas entre ele e o procurador Deltan Dallagnol durante a Operação Lava Jato como um "ataque orquestrado" que mirou as instituições nacionais e teve como objetivo prejudicar o andamento das investigações ou mesmo buscar a anulação de condenações no âmbito da operação.

Em entrevista ao Programa do Ratinho, do SBT, gravado na segunda-feira, 17, e exibido na noite desta terça-feira, 18, Moro descartou a possibilidade de o conteúdo divulgado pelo site The Intercept Brasil ter sido vazado por integrantes da Lava Jato, como chegou a ser cogitado: "Não é alguém que traiu, existe, sim, um grupo criminoso organizado".

O ministro evitou ainda reconhecer a autenticidade das mensagens, dizendo que não tem mais acesso a elas. "Mas sempre agi com lisura dentro da minha profissão", enfatizou.

Ao responder perguntas sobre a Lava Jato, Moro buscou reforçar que os casos da operação não fazem mais parte do seu cotidiano e que não têm mais envolvimento com eles. "Meu papel como ministro é dar estrutura e autonomia aos órgãos de investigação."

Moro comentou também sobre o pacote anticrime apresentado por ele ao Congresso. O ministro disse estar "dialogando intensamente" com parlamentares e que muitos têm dado apoio ao projeto, mas observou que os esforços da agenda nacional estão concentrados, no momento, na reforma da Previdência. Segundo ele, assim que o tema da Previdência estiver resolvido, o pacote anticrime deve ganhar tração no Legislativo.

Moro disse ainda não ter intenção de ser político. Ele reiterou que só aceitou o convite para ser ministro de Jair Bolsonaro sob a condição de que o governo "seja firme" no combate ao crime organizado, crime violento e à corrupção.

Estadão
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