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Ministro da Educação diz que vai ao Congresso em maio para apresentar metas 'agressivas'

Abraham Weintraub afirmou que medidas só serão esclarecidas posteriormente, criticou 'dogma' em contestar conceitos do educador Paulo Freire e garantiu que Enem continuará ocorrendo normalmente

25 abr 2019 - 20h32
(atualizado às 20h38)
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BRASÍLIA - No posto de ministro da Educação desde o início de abril, o economista Abraham Weintraub disse a jornalistas nesta quinta-feira, 25, que irá ao Congresso em maio para apresentar suas metas, que chamou de "agressivas". No dia 7 de maio, segundo o ministro, a Comissão de Educação do Senado irá recebê-lo e, no dia 15, será a vez do colegiado da Câmara voltado ao tema assistir à exposição do ministro. Abraham falou com a imprensa após reunião com o presidente Jair Bolsonaro realizada no prédio do Ministério da Educação.

"A gente está colocando algumas metas agressivas, no dia 7 de maio eu vou ao Senado na comissão de educação, essas metas vão ficar explicitadas, seria até uma descortesia minha antecipar elas. Dia 15 vou fazer a mesma apresentação na comissão de Educação da Câmara", disse o ministro, que ressaltou que o objetivo do governo é melhorar "tecnicamente" a educação brasileira, com ênfase na pré-escola e na educação básica.

"Hoje o Brasil gasta como países ricos e tem resultados como países pobres, é uma falta de respeito com quem paga mais caro o diesel, o pão, o leite, a gente não melhorar com o que a gente já recebe", afirmou.

Sobre o ensino superior, Abraham comentou que é preciso melhorar a "performance" dos alunos para gerar mais empregabilidade e empreendedorismo no Brasil. "Nossos alunos no Brasil não têm o mesmo conhecimento técnico, de sair da faculdade, ter ideias, sacadas e montar pequenos negócios. A gente está trabalhando com uma série de ideias, planos, mas vocês vão ter que esperar um pouquinho", concluiu.

Abraham ainda disse que o Brasil precisa focar no desenvolvimento técnico, e criticou o que chamou de "dogmas" em torno do debate sobre a educação no País. "Por que a gente não pode discutir as coisas aqui? É dogma?", questionou. Quando perguntado sobre que "coisas" não são debatidas, o ministro apontou para um mural com o rosto do educador Paulo Freire que fica em frente ao Ministério da Educação. "Aquele cara ali, o Paulo Freire, no mural... eu acho que é dogma, a gente não pode discutir, tudo que ele falou é certo?", questionou.

Enem. Questionado sobre a situação do Enem - a gráfica contratada para a impressão das provas declarou falência -, o ministro afirmou que "não tem alarme", e orientou aos alunos que continuem estudando para o exame, "porque a disputa é acirrada". "O Tribunal de Contas da União (TCU) teve postura muito compreensiva, colaborativa, e hoje acho que o Enem, assim como foi quando eu assumi, não representa uma ameça. Continuem estudando para o Exame, se preparem, porque a disputa é acirrada", afirmou.

O TCU autorizou o MEC a contratar uma nova empresa para imprimir as provas do Enem deste ano. A decisão permite a contratação de outra companhia melhor posicionada entre as demais participantes da licitação original.

Estadão
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