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Milton Ribeiro acerta ida ao Congresso na terça para explicar atuação de pastores no MEC

Ministro ligou para o presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo de Castro (MDB), que colocará em votação um requerimento para convocar Ribeiro a prestar esclarecimentos

23 mar 2022 - 17h21
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BRASÍLIA - O ministro da Educação, Milton Ribeiro, ligou na manhã desta quarta-feira, 23, para o presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), e acertou sua ida ao colegiado na próxima terça, 29. Senadores querem explicações sobre a atuação de pastores para controlar a agenda e a liberação de verbas na pasta, como revelou o Estadão.

A comissão deve votar um requerimento nesta quinta, 24, para convocar o ministro a prestar esclarecimentos. Diante do movimento, Ribeiro se antecipou ao concordar com a ida ao Congresso, o que pode transformar a votação em um convite. Ainda assim, o Senado o pressiona a dar explicações e critica a ausência de igualdade no tratamento das políticas do ministério.

"O ministro da Educação, Milton Ribeiro, me ligou hoje pela manhã para se colocar à disposição para prestar esclarecimentos na CE. Na reunião desta quinta, 24, irei colocar os requerimentos em votação e vou propor ao colegiado que o ministro seja ouvido na próxima terça, 29", escreveu Marcelo Castro.

O caso motivou uma série de críticas ao ministro na sessão de terça-feira, 22, no plenário do Senado. Os parlamentares cobram uma investigação da atuação do ministério e dos pastores. "Recursos públicos não podem ser tratados com essa leviandade ou leveza toda", disse Marcelo Castro no plenário.

Como mostrou o Estadão, um grupo de pastores passou a comandar a agenda de Ribeiro formando uma espécie de "gabinete paralelo" que interfere na liberação de recursos e influencia diretamente as ações da pasta. Em conversa gravada, Ribeiro admitiu que prioriza o atendimento a prefeitos que chegam ao MEC por meio dos pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura.

O caso ameaça permanência do ministro no governo. No Congresso, há críticas a privilégios dados com base em indicações de líderes religiosos, em detrimento de outros municípios. "Se esse governo fosse sério, com a matéria que tem hoje, com a gravação, ele não seria mais ministro", disse o senador Omar Aziz (PSD-AM), também no plenário. "Há um discurso de honestidade, um discurso hipócrita, quando na realidade os porões de dentro do governo estão podres".

Estadão
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