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Milhares vão às ruas em Valência após enchente histórica

9 nov 2024 - 20h30
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Recentes manifestações em Valência destacaram a insatisfação popular com a gestão política em resposta às devastadoras enchentes que atingiram o leste da Espanha. O epicentro dos protestos foi a praça da Câmara Municipal, de onde manifestantes se dirigiram ao Palácio da Generalitat, exigindo explicações e ações mais eficazes dos governantes. A principal demanda da população foi a renúncia do presidente regional, Carlos Mazón, além de críticas à abordagem do governo central liderado por Pedro Sánchez.

Valência
Valência
Foto: Reprodução/X / Perfil Brasil

As críticas centraram-se na ausência de alertas eficazes e na lentidão das respostas emergenciais. A população afetada, composta por 80 municípios, sentiu-se desamparada e traída por suas lideranças que, segundo eles, não souberam gerenciar adequadamente a crise climática.

Reivindicações e críticas dos cidadãos em Valência

Dentre os manifestantes, pessoas como Julián García, 73 anos, manifestaram ao g1 seu descontentamento com a falta de avisos prévios e a gestão deficitária da situação. Ele argumenta que a omissão das autoridades deixou a população vulnerável, especialmente em momentos cruciais em que medidas preventivas poderiam ter sido tomadas, como não enviar crianças às escolas ou evitar o trânsito intenso durante as chuvas.

Da mesma forma, Ana de la Rosa, arquivista de 30 anos, destacou as disputas políticas como fator agravante da situação. Na visão dela, enquanto diferentes níveis de governo se enfrentavam em questões de poder e competência, os cidadãos não recebiam a assistência de que tanto necessitavam. A politicagem em momentos críticos é algo que, segundo muitos, precisa ser evitado para priorizar a segurança pública.

As enchentes deixaram um rastro de destruição e perda, com 220 mortes relatadas, a maioria delas ocorrendo na região de Valência. A devastação foi tamanha que cidades inteiras tornaram-se inabitáveis, necessitando de massivos esforços de limpeza e resgate. Familiares buscam desesperadamente por desaparecidos enquanto enfrentam o desafio logístico de restaurar uma mínima normalidade em suas vidas.

Como as autoridades poderiam ter agido de forma diferente?

Muitos especialistas sugerem que uma gestão mais coesa e colaborativa entre os diferentes entes governamentais poderia ter mitigado os efeitos das chuvas. As críticas que apontam para uma "guerra política", em que o foco foi desviado do bem-estar social para disputas de poder, indicam um fracasso em estabelecer prioridades claras e cooperativas na resposta ao desastre.

A análise dos eventos mostra que, além das mudanças climáticas, as ineficiências administrativas desempenharam um papel crucial no agravamento das consequências destas inundação ùnicas.

Com riscos climáticos em ascensão, essas inundações representam um sinal de alerta sobre a necessidade de planejamento e adaptação eficientes. A ação proativa é essencial para prevenir tragédias similares. A política deve se alinhar em torno de soluções tangíveis em vez de rivalidades históricas, estabelecendo um exemplo para futuras gestões de crises.

Perfil Brasil
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