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Merkel continua no cargo de chanceler federal até 2021, diz AKK

9 dez 2018 - 15h53
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Em entrevista à DW, sucessora de Merkel na liderança da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, garante permanência da atual chanceler no comando do governo até próximas eleições e diz que quer unificar e fortalecer a legenda.Ao se apresentar como a candidata da unidade e da continuidade, Annegret Kramp-Karrenbauer foi eleita na última sexta-feira (07/12) como a sucessora de Angela Merkel na liderança do partido União Democrata Cristã (CDU).

Annegret Kramp-Karrenbauer (dir.) é cumprimentada por Merkel após vitória no congresso da CDU
Annegret Kramp-Karrenbauer (dir.) é cumprimentada por Merkel após vitória no congresso da CDU
Foto: DW / Deutsche Welle

A política de 56 anos, conhecida tanto por sua lealdade a Merkel quanto por seu estilo de centro e pragmático, quer mostrar a partir de agora que tem personalidade própria, sem, no entanto, se afastar de sua mentora, que comandou a legenda conservadora durante 18 anos.

O fato de ser líder do partido a coloca como a provável candidata a chanceler da Alemanha pela CDU em 2021. Até lá, Kramp-Karrenbauer acredita que Merkel deverá terminar sem sobressaltos os três anos que restam de seu mandato.

"Temos um governo federal que foi eleito para esse período legislativo. Angela Merkel se prontificou a cumprir esse período. Ficou bem claro no congresso do partido que este é o desejo dos membros [da CDU], e é também o meu desejo pessoal", afirmou a nova líder conservadora em entrevista à DW. "Entendo que minha função como líder do partido governista é assegurar que esse governo tenha a estabilidade necessária para completar seu mandato eleitoral."

AKK - como é conhecida - ganhou a eleição interna de seu partido no segundo turno, em votação bastante apertada. Ela obteve 517 dos votos contra 482 de Friedrich Merz, o advogado milionário que já foi oponente interno de Merkel. "A conferência do partido foi, de fato, polarizada em nível individual. Mas já estava claro antes da votação que os candidatos possuíam visões semelhantes", afirmou.

Um dos maiores desafios de sua legenda será barrar o avanço do populismo de direita, representado pelo partido Alternativa para a Alemanha (AfD). No próximo ano haverá eleições regionais em diversos estados no leste alemão, onde a AfD encontra sua maior base de apoio. Kramp-Karrenbauer admite que a tarefa da CDU não será fácil, mas que para obter sucesso, o partido deve se organizar melhor e tentar ganhar os eleitores através de sua própria força.

Sobre a recente onda de manifestações na França, onde milhares de pessoas saíram às ruas nas últimas semanas para protestar contra as políticas consideradas "elitistas" do presidente Emmanuel Macron, a líder conservadora afirmou que a situação na Alemanha é diferente daquela do país vizinho.

"Temos um sistema onde muitas questões e conflitos são sempre discutidos e resolvidos em estruturas ordenadas. Espero muito que possamos manter a paz na Alemanha, a paz social que temos por causa disso", afirmou. "Seja na França ou em outros países, pode-se ver como é problemático quando regras acordadas em consenso são quebradas e, quando conflitos - mesmo que sejam justificados - se tornam violentos".

AKK criticou a política externa da Rússia, condenando a "anexação ilegal" da península da Crimeia e a interferência de Moscou no leste da Ucrânia. "Temos que deixar claro que não devemos tolerar esse tipo de tomada de território na Europa", ressaltou.

Desafio de unificar a CDU

Kramp-Karrenbauer atuou como secretária estadual do Interior e, posteriormente, governadora do estado do Sarre. Mais tarde, ela se tornaria secretária-geral da CDU. Espera-se que ela dê continuidade às políticas moderadas de centro de Merkel.

Como líder, ela quer unificar a CDU e estabilizar a coalizão com o Partido Social-Democrata (SPD) no governo federal, que sofreu algumas ameaças desde sua formação em março deste ano.

A CDU perdeu uma quantidade significativa de apoiadores para a AfD nas eleições gerais de setembro do ano passado, e enfrenta agora o avanço do Partido Verde, que está em segundo lugar nas pesquisas nacionais.

Em outubro último, a CDU perdeu em torno de 10% de apoio nas eleições no estado de Hesse. Após o resultado, Merkel anunciou que iria deixar o cargo de líder da legenda e que não concorrerá às próximas eleições gerais, em 2021.

RC/dw

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