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Manifestantes invadem ministério no Líbano

Segundo a Cruz Vermelha libanesa, 130 pessoas ficaram feridas em confrontos entre a polícia e os manifestantes no centro de Beirute

8 ago 2020 - 16h21
(atualizado às 16h32)
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Protestos tomam Beirute e deixam mais de uma centena de feridos. Manifestantes exibem guilhotinas e pedem "vingança" contra elite política do país após explosão que devastou capital. Premiê propõe antecipar eleições.Manifestantes invadiram neste sábado a sede do Ministério das Relações Exteriores do Líbano, em Beirute. Pelo menos 130 pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia em diversos pontos da cidade. Um policial morreu. Os manifestantes responsabilizam as autoridades do país pelas explosões que arrasaram a região portuária da cidade na terça-feira, que sao encaradas como resultado de décadas de corrupção e ineficiência por parte da elite política libanesa.

Polícia reprimiu protestos no centro de Beirute
Polícia reprimiu protestos no centro de Beirute
Foto: DW / Deutsche Welle

A invasão da sede do ministério, que foi proclamada pelos manifestantes como um "quartel-general da revolução", foi exibida ao vivo em direto pela TV, e ocorreu quando a atenção das forças de segurança se concentrava nos milhares de manifestantes reunidos no centro da capital do Líbano.

Segundo a Cruz Vermelha libanesa, 130 pessoas ficaram feridas em confrontos entre a polícia e os manifestantes no centro de Beirute, 28 das quais tiveram de ser levadas para o hospital.

As explosões, que as autoridades libanesas têm atribuído a um incêndio num depósito no porto onde se encontravam armazenadas de maneira irregular cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio, provocaram 158 mortes até o momento e deixaram mais de 6.000 feridos. O desastre deu novo ímpeto à revolta de uma população que já estava mobilizada desde o outono de 2019 contra os líderes libaneses, acusados de corrupção e incompetência.

"Tomámos o Ministério das Relações Exteriores para quartel-general da Revolução", anunciou o general reformado Sami Rammah, diante de cerca de 200 pessoas que gritavam "Revolução!".

Já os manifestantes que se concentraram no centro de Beirute pediram vingança contra os governantes e alguns tinham cordas, para simbolizar o seu enforcamento.

Guilhotinas em madeira foram instaladas na praça dos Mártires em Beirute, epicentro dos protestos iniciados em outubro de 2019. Muitos manifestantes gritaram "vingança, vingança, até à queda do regime". Perto sede do parlamento, grupos de jovens lançaram pedras e a polícia respondeu com gás lacrimogéneo.

Em meio aos protestos, o primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, disse neste sábado que a saída para a atual crise política e econômica no país deve ocorrer por meio da antecipação das eleições. "Convido as partes a chegarem a um acordo sobre o próximo passo (...) Proporei na segunda-feira (a reunião do) no governo a convocação de eleições antecipadas", disse Diab em discurso transmitido pela televisão.

Diab se disse disposto a liderar um processo visando essa antecipação "por dois meses, desde que sejam empreendidas reformas estruturais para salvar o país".

"Estamos em estado de emergência quanto ao destino e ao futuro do país", ressaltou.

O premiê também enfatizou que "todos os responsáveis pelo desastre no porto serão responsabilizados".

"Investigar o desastre da explosão de Beirute não vai levar muito tempo. Não estamos nos agarrando aos cargos e queremos uma solução nacional que salve o país", declarou.

JPS/efe/lusa

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