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Manifestantes de Hong Kong bloqueiam entorno de estádio após "diálogo aberto" de líder

26 set 2019 - 17h19
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Bradando slogans contra o governo, manifestantes de Hong Kong interditaram ruas ao redor de um estádio onde a líder da cidade, Carrie Lam, realizou um primeiro "diálogo aberto" com a população nesta quinta-feira na tentativa de encerrar mais de três meses de tumultos muitas vezes violentos.

Líder de Hong Kong, Carrie Lam, tem sessão de diálogo com representantes da comunidade
26/09/2019
REUTERS/Tyrone Siu
Líder de Hong Kong, Carrie Lam, tem sessão de diálogo com representantes da comunidade 26/09/2019 REUTERS/Tyrone Siu
Foto: Reuters

Os ativistas bloquearam as estradas e permaneceram firmes apesar dos avisos da polícia. Mais de quatro horas após o término das negociações, um comboio que levava Lam e outros altos funcionários deixou o prédio sob escolta policial.

Dentro do Estádio Rainha Elizabeth dos tempos coloniais britânicos, moradores haviam criticado Carrie mais cedo, acusando-a de ignorar o público e exacerbando uma crise sem fim à vista.

    Ela havia começado dizendo que seu governo arca com a maior responsabilidade pela resolução da crise.

    "Toda a tempestade foi causada pelo projeto de lei de extradição iniciado pelo governo", afirmou Carrie. "Se queremos nos afastar da dificuldade e encontrar uma saída, o governo tem que assumir a maior responsabilidade sobre isso."

    Protestos contra o já descartado projeto de lei, que teria permitido que supostos criminosos fossem enviados para julgamento na China continental, se transformaram em clamores mais abrangentes por uma democracia plena, um grande desafio aos líderes do Partido Comunista chinês.

    As manifestações foram retomadas assim que a sessão de diálogo terminou. Ativistas bloquearam ruas ao redor do estádio com grades de ferro.

    A revolta veio na esteira de um evento que foi notável por não ter sido a cortina de fumaça que muitos previram, com Carrie encarando diretamente uma plateia frequentemente crítica e hostil, ainda ressentida com o estrago que atribui à líder apoiada por Pequim e sua equipe.

    Os manifestantes estão revoltados com o que veem como uma interferência chinesa sorrateira em Hong Kong, que voltou ao controle da China em 1997 mediante a fórmula "um país, dois sistemas", que garante liberdades inexistentes na China continental.

    Do lado de fora, uma grande multidão de manifestantes vestidos de preto bradava "Povo de Hong Kong, acrescente combustível", um slogan que significa "mantenham-se firmes", enquanto cercava o estádio esportivo e interditava as saídas.

A polícia alertou que usaria a força, mas na interveio.

Carrie conversou com 150 membros da comunidade, alguns dos quais a criticaram por cercear as liberdades eleitorais, ignorar a opinião pública e se recusar a permitir um inquérito independente sobre as alegações de brutalidade policial. Uma mulher pediu a Carrie que renuncie, dizendo que ela não é mais capaz de liderar.

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