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Maduro diz que seu ex-chefe de inteligência é agente da CIA

11 mai 2019 - 07h29
(atualizado às 07h53)
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Presidente da Venezuela afirma que ex-diretor do serviço de inteligência do país agiu como "espião infiltrado" e fora aliciado pela agência americana para tramar golpe fracassado contra seu governo.O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira (10/06) que o então diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), general Manuel Ricardo Cristopher Figuera, liderou o levante militar do último dia 30 de abril por ter sido "cooptado" há um ano pela CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos.

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro
Foto: DW / Deutsche Welle

"Depois de investigações, conseguimos comprovar que o general Manuel Ricardo Cristopher tinha sido cooptado pela CIA há mais de um ano e trabalhava como um traidor, um espião infiltrado nos cargos que ocupava", afirmou Maduro em um evento com estudantes.

A primeira confirmação da participação de Figuera veio de Washington. Na terça-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou que as sanções contra o militar - que comandou o Sebin até o dia da insurreição fracassada - estavam sendo suspensas, como recompensa pelo apoio à rebelião. "Sacrifiquei tudo", disse Figuera, num vídeo publicado na quinta-feira pela emissora NTN24, em sua primeira aparição desde o motim.

No mesmo dia da tentativa de golpe, Maduro retirou Figuera do posto, mas nunca anunciou oficialmente a saída dele do Sebin. Em outro pronunciamento, apresentou o também general Gustavo González López como novo diretor do órgão.

Em recente entrevista à agência de notícias Efe, o enviado especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliott Abrams, disse que integrantes do governo estavam negociando com a oposição a saída de Maduro. Eles teriam "desligado os celulares" após o levante militar.

Abrams disse ter ficado frustrado com três figuras-chave do chavismo, entre elas o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, um dos que teriam negociado com a oposição para derrubar Maduro.

Segundo o governo dos EUA, também participaram dessas conversas o presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Maikel Moreno, e o comandante da Guarda de Honra Presidencial e da Direção Geral de Contrainteligência Militar (Dcim), Iván Rafael Hernández Dala.

Maduro afirmou que Figuera foi quem "armou a história" de que contava com os "patriotas" Padrino, Moreno e Hernández Dala.

"Foram Padrino, Moreno e Dala que me avisaram, uma semana antes do golpe, da conduta estranha deste general que seria substituído, demitido de seu cargo e detido no dia 30 de abril. Por isso, ele se apressou e abortou a ação golpista. Ele fugiu e até hoje está foragido", afirmou Maduro durante o evento.

O líder chavista ainda ironizou o general pelo fato de não ter comparecido ao levante militar liderado pelo autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, que começou em frente à base militar de La Carlota, em Caracas.

"Ele foi quem articulou toda a armadilha de mentiras, de intrigas e não foi capaz de ir ao local", ressaltou Maduro.

As acusações de Maduro foram feitas na véspera de novas manifestações convocadas por Guaidó em todo o país para recuperar a iniciativa após o fracasso da insurreição e em meio a uma ofensiva do governo contra deputados oposicionistas, que resultou na prisão do vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Edgar Zambrano, levou três outros parlamentares a se refugiarem em representações diplomáticas e outro a se refugiar na Colômbia.

MD/efe/afp/lusa

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