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Maduro começa a controlar gasolina na fronteira

24 set 2018 - 12h15
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Presidente venezuelano eleva em 700 vezes valor do combustível, que só poderá ser comprado a preços subsidiados após registro junto ao governo. Oposição diz que medida medida é ferramenta de controle social e político.A Venezuela iniciou nesta segunda-feira (24/09) um novo sistema de cobrança de gasolina nos postos de abastecimento em todo o país. A partir de agora, será necessária a identificação pessoal na hora da compra de combustível.

Sem registro em programas governamentais, venezuelanos pagarão preços internacionais para abastecer seus veículos
Sem registro em programas governamentais, venezuelanos pagarão preços internacionais para abastecer seus veículos
Foto: DW / Deutsche Welle

Decretado pelo governo venezuelano como "período de testes", a medida visa aumentar os preços e limitar os subsídios da gasolina. Equipes da estatal petrolífera Petróleos de Venezuela (PDVSA) estiveram em diferentes postos de abastecimento para instalar e explicar como funcionará o novo método de pagamento, que inclui impressão digital e um leitor de cartões.

Segundo a agência espanhola de notícias Efe, uma funcionária da estatal que não quis se identificar explicou que, sob o novo sistema, um preço subsidiado será estabelecido para aqueles que possuem a carteira de identidade nacional, o Carnê da Pátria, que também controla o acesso a alimentos subsidiados, medicamentos, hospitais, ensino público e benefícios sociais.

Também poderão continuar comprando o combustível pelo valor subsidiado os venezuelanos que estão registrados no Censo Nacional de Transporte, criticado pela oposição como uma ferramenta de controle social e político. Quem não estiver cadastrado terá de pagar o preço internacional, conforme anunciou em agosto o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Segundo Maduro, as instalações onde será cobrada a gasolina, considerada a mais barata do mundo, utilizam tecnologia chinesa e permitem uma melhor distribuição do combustível, além de reduzir o contrabando, especialmente para a vizinha Colômbia.

Embora não tenha sido especificado quais serão as novas taxas de combustível, estima-se que, uma vez aprovado o aumento, custará 700 vezes mais do que era necessário desembolsar até então para encher o tanque de um veículo de tamanho médio.

Este novo sistema de cobrança da gasolina faz parte de um conjunto de medidas tomadas pelo governo de Maduro para enfrentar a grave crise econômica. Antes da implementação nacional, as instalações foram testadas em oito estados fronteiriços onde há contrabando de combustível. Segundo o Executivo venezuelano, o contrabando gera perdas de até 18 bilhões de dólares por ano.

Embora a instalação deste novo método já tenha ocorrido nessas regiões, seus habitantes asseguraram que nada mudou. Na semana passada, dezenas de venezuelanos protestaram e bloquearam estradas devido à falta de gasolina em Táchira, no oeste do país, próximo da fronteira com a Colômbia. Manifestantes relataram casos de até quatro dias de espera em postos de combustíveis.

PV/efe/dpa

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