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Maduro aceita reunião com grupo internacional

8 fev 2019 - 19h36
(atualizado em 9/2/2019 às 10h30)
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Países europeus e latino-americanos propuseram diálogo para solucionar impasse na Venezuela. Maduro critica, porém, "parcialidade e ideologização" de grupo e rejeita ajuda humanitária.O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira (08/02) que está disposto a se reunir com enviados do Grupo de Contato Internacional (GCI), formado por alguns países latino-americanos e pela União Europeia (UE). A aliança quer promover o diálogo em Caracas para solucionar a crise política no país sul-americano.

"Estou pronto e disposto a receber qualquer enviado do grupo de contato", assegurou Maduro em entrevista coletiva no palácio presidencial de Miraflores.

A decisão de Maduro foi anunciada um dia após a primeira reunião do GCI, em Montevidéu, que decidiu enviar uma missão técnica à Venezuela para dialogar com governo e oposição. O grupo procura criar as condições para convocar novas eleições no país.

Apesar da abertura em receber a missão, Maduro criticou "a parcialidade e a ideologização" que, segundo ele, há no grupo. "Boas vindas ao grupo de contato da UE, mas lhes digo, obviamente, que estou totalmente em desacordo com a parcialização e ideologização em que caiu, produto do extremismo com que veem à Venezuela", ressaltou.

Participaram da primeira reunião do GCI a UE, que esteve representada por Mogherini e por oito Estados-membros: Portugal, Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Holanda e Suécia. Do lado da América Latina, estiveram presentes a Bolívia, Costa Rica, Equador, México e Uruguai.

Maduro fez também comentários sobre a ajuda humanitária para a Venezuela enviada pelos Estados Unidos. Na quinta-feira, os primeiros caminhões com alimentos e medicamentos chegaram a Cúcuta, cidade colombiana que fica na fronteira com o país.

A assistência foi prometida pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó, reconhecido como tal entre outros por EUA, potências europeias e o Brasil. Entrincheirado no poder, Maduro rejeita a ajuda anunciada e mandou militares bloquearem a estrada que liga os dois países.

"A Venezuela não tolerará o espetáculo da chamada ajuda humanitária, porque não somos os mendigos de ninguém", reiterou nesta sexta-feira Maduro. O presidente acusou ainda os Estados Unidos de inventarem uma situação de emergência para intervir na Venezuela.

Maduro culpou as sanções impostas por Washington pela escassez de alimentos e medicamentos enfrentada pela Venezuela e pela grave crise econômica, marcada ainda pela hiperinflação, que chegou a 1.698.844,2% em 2018.

A falta de segurança, os baixos salários, os altos preços e a escassez de alimentos e medicamentos levou quase 3 milhões de venezuelanos a emigrarem desde 2015, especialmente, com destino aos vizinhos Brasil e Colômbia, mas também para Peru e Equador.

A crise política no país se agravou em 23 de janeiro quando o líder do parlamento, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente em exercício da Venezuela por considerar que Maduro foi reeleito em votações "fraudulentas". Contando de imediato com o apoio dos Estados Unidos, o opositor prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

CN/efe/afp/lusa

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