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Lula reúne 6 pré-candidatos do PT para evitar guerra interna

Excesso de nomes seria reação ao favoritismo de Jilmar Tatto, que não tem apoio popular, segundo petistas

28 jan 2020 - 05h11
(atualizado às 07h46)
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Preocupado com uma possível guerra interna no PT paulistano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir nesta terça-feira, 28, com os seis pré-candidatos do partido à Prefeitura de São Paulo que pretendem disputar prévias para conseguir o cargo.

Nome preferido de Lula, o ex-prefeito e candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, Fernando Haddad estará na reunião, mas tem se mostrado irredutível na decisão de ficar fora da disputa. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente estadual, Luiz Marinho, e o dirigente municipal, Laércio Ribeiro, também estarão presentes.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), na capital paulista, no dia 17 de janeiro de 2020
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), na capital paulista, no dia 17 de janeiro de 2020
Foto: WERTHER SANTANA / Estadão

Petistas dizem reservadamente que o excesso de pré-candidaturas é uma reação ao favoritismo do ex-secretário de Transporte da capital, Jilmar Tatto, que controla a máquina partidária mas tem pouca densidade eleitoral para uma disputa majoritária.

A interlocutores, a ex-prefeita Marta Suplicy, que se reaproximou do PT no fim do ano, disse que não aceitaria ser candidata a vice de Tatto. O gesto levou o ex-presidente cogitar um nome da sociedade civil e sem vida orgânica na legenda para formar a chapa com Marta.

"Não se pode confundir uma maioria interna ocasional com visibilidade eleitoral", disse ao Estado o deputado estadual Emídio Souza, que é pré-candidato a prefeito de Osasco.

Até o momento seis nomes se apresentaram para as prévias: os ex-secretários municipais Jilmar Tatto e Nabil Bonduki, os deputados federais Alexandre Padilha, Paulo Teixeira e Carlos Zarattini e o vereador Eduardo Suplicy. Desses, Padilha é apontado por integrantes da executiva nacional como o mais competitivo. O problema é que o deputado e ex-ministro não teria força interna para derrotar Tatto.

"Como pode ter uma frente anti-Tato se eu tenho maioria? Em número de vereadores eu tenho seis. Só dois apoiam outro candidato. Entre os diretórios zonais tenho ampla maioria", disse Tatto. Segundo ele, todos os postulantes têm dificuldade de ter visibilidade. Sobre a possibilidade de não haver prévias, ele disse que isso está descartado. "Se tiver dois candidatos disputando, vai ter prévia. Não tem canetada".

Os debates entre os pré-candidatos petistas começam dia 31.

A última vez que o PT teve de consultar a militância para escolher um candidato foi em 2006, quando o então senador Aloizio Mercadante e a ex-prefeita Marta Suplicy disputaram a vaga de candidato da legenda ao governo do Estado. Mercadante venceu, saiu candidato e perdeu a eleição no primeiro turno para José Serra (PSDB).

Na capital, o PT realizou prévias duas vezes: em 1988 e 1996, ambas vencidas por Luiza Erundina, prefeita de São Paulo entre 1989 e 1993. Nas eleições de 1996, ela perdeu para Celso Pitta (PPB).

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