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Líderes mundiais lamentam morte de Elizabeth 2ª e saúdam seu legado

8 set 2022 - 17h57
(atualizado em 9/9/2022 às 05h21)
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Olaf Scholz lembrou papel da rainha na reconciliação germano-britânica após a 2ª Guerra. Macron diz que Elizabeth foi uma "amiga da França". Bolsonaro decreta luto de três dias e Lula relembra encontros com a monarca."Uma estadista de dignidade incomparável", "modelo de inspiração", "uma rainha de bom coração", "uma presença tranquilizadora ao longo de décadas". Foi assim que diversos líderes mundiais reagiram à morte da rainha Elizabeth 2ª nesta quinta-feira (08/09). A monarca mais longeva da história do Reino Unido morreu aos 96 anos, no castelo de Balmoral na Escócia, após 70 anos de reinado.

Foto: DW / Deutsche Welle

Liz Truss, a nova primeira-ministra do Reino Unido, que assumiu o cargo apenas dois dias atrás, após receber da rainha a incumbência de formar um novo governo, disse que Elizabeth 2ª "foi a rocha sobre a qual a Grã-Bretanha moderna foi construída". "Nosso país cresceu e floresceu sob seu reinado. A Grã-Bretanha é o grande país que é hoje por causa dela", afirmou Truss. "Inauguramos uma nova era na magnífica história de nosso grande país, exatamente como sua majestade teria desejado dizendo as palavras Deus salve o rei", finalizou Truss, já saudando o novo rei Charles 3°.

O presidente dos EUA, Joe Biden, classificou Elizabeth como "uma estadista de dignidade e constância incomparáveis", e disse que ela "aprofundou a aliança fundamental entre o Reino Unido e os Estados Unidos". "Ela ajudou a tornar nosso relacionamento especial", afirmou o presidente americano.

Scholz menciona reconciliação germano-britânica, Macron chama rainha de "amiga da França"

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, disse que a rainha foi "modelo e inspiração para milhões, inclusive na Alemanha". "Seu compromisso com a reconciliação germano-britânica após os horrores da Segunda Guerra Mundial não será esquecido. Ela fará falta, não menos importante seu maravilhoso senso de humor", afirmou o político social-democrata. O Parlamento alemão, por sua vez, dedicou um minuto de silêncio nesta quinta-feira em homenagem à rainha.

"A Alemanha está de luto pela perda da rainha", escreveu, por sua vez, o presidente federal da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. A ex-chanceler federal Angela Merkel também prestou homenagem à rainha e disse ouviu a notícia da morte da rainha "com grande tristeza".

"Não há palavras que cheguem perto de reconhecer a importância desta rainha, seu senso de dever, sua integridade moral, sua devoção e sua dignidade ao longo de sete décadas para o Reino Unido, para a Europa e para o mundo", disse Merkel.

Já o presidente da França, Emmanuel Macron, chamou Elizabeth de "amiga da França", num comunicado que parece evocar comentários depreciativos feitos pela primeira-ministra Liz Truss, que recentemente não quis deixar claro se considera o governo francês "amigo ou inimigo". "Sua Majestade a Rainha Elizabeth 2ª incorporou a continuidade e a unidade da nação britânica por mais de 70 anos. Lembro-me dela como uma amiga da França, uma rainha de bom coração que deixou uma marca duradoura em seu país e em seu século", disse Macron, pelo Twitter.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, elogiou o "modelo de continuidade" da rainha, "cuja calma e devoção deram força a muitos". "Ela testemunhou guerra e reconciliação na Europa e além, e profundas transformações em nosso planeta e nossas sociedades", escreveu no Twitter, classificando a rainha de "uma âncora em tempos difíceis

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, que no momento enfrenta com o apoio do Reino Unido as tropas invasoras russas, também lamentou a morte da monarca. "É com profunda tristeza que tomamos conhecimento da morte de Sua Majestade a Rainha Elizabeth 2ª. Em nome do povo ucraniano, apresentamos as sinceras condolências à Família Real, a todo o Reino Unido e à Commonwealth por esta perda irreparável. Nossos pensamentos e orações estão com vocês."

"Como a chefe de Estado mais longeva e reinante do Reino Unido, a rainha Elizabeth 2ª era amplamente admirada por sua graça, dignidade e dedicação em todo o mundo. Ela foi uma presença tranquilizadora ao longo de décadas de mudanças radicais, incluindo a descolonização da África e da Ásia e a evolução da Commonwealth", disse António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas. "A rainha era uma boa amiga das Nações Unidas e visitou nossa sede em Nova York duas vezes, com mais de 50 anos de diferença. Ela estava profundamente comprometida com muitas causas beneficentes e ambientais e falou comovente aos delegados nas negociações climáticas da COP26 em Glasgow."

Líderes de ex-colônias britânicas elogiam trajetória da rainha

Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, país que tinha Elizabeth 2ª como chefe de Estado, disse que a rainha foi uma "presença constante" na vida dos canadenses. "Foi com o coração pesado que soubemos do falecimento da Soberana de mais longo reinado do Canadá, Sua Majestade a Rainha Elizabeth 2ª. Ela foi uma presença constante em nossas vidas - e seu serviço aos canadenses permanecerá para sempre uma parte importante da história do nosso país."

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que lidera o país que se tornou independente do Reino Unido apenas quatro anos antes de Elizabeth assumir a coroa, relembrou os encontros que teve com a monarca. "Tive reuniões memoráveis com Sua Majestade durante minhas visitas ao Reino Unido em 2015 e 2018. Nunca me esquecerei de seu calor e gentileza. Durante um dos encontros, ela me mostrou um lenço que ganhou de Mahatma Gandhi de presente de casamento. Sempre guardarei esse gesto", disse Modi.

Michael Higgins, presidente da Irlanda, outro país que também conquistou a independência do Reino Unido no século 20, afirmou que Elizabeth "serviu ao povo britânico com dignidade excepcional". "Seu compromisso pessoal com seu papel e extraordinário senso de dever foram as marcas de seu período como rainha, que ocupará um lugar único na história britânica", disse.

Bolsonaro decreta luto, Lula relembra encontros

Após o anúncio da morte de Elizabeth, o presidente Jair Bolsonaro decretou luto oficial de três dias no Brasil. Pouco depois, Bolsonaro publicou uma série de mensagens no Twitter sobre a monarca.

"É com grande pesar e comoção que o Brasil recebe a notícia do falecimento de Sua Majestade a Rainha Elizabeth 2ª, uma mulher extraordinária e singular, cujo exemplo de liderança, de humildade e de amor à pátria seguirá inspirando a nós e ao mundo inteiro até o fim dos tempos", escreveu o presidente.

Elizabeth 2ª visitou o Brasil apenas uma vez, em 1968, quando permaneceu por pouco mais de uma semana. Ao lado do falecido príncipe Philip, Elizabeth passou por Recife, Salvador, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Sua agenda incluiu acompanhar um jogo de futebol num lotado estádio do Maracanã, no Rio, e encontros com políticos brasileiros. Em São Paulo, ela presidiu a cerimônia de inauguração da sede do Museu de Artes de São Paulo (Masp) na Avenida Paulista.

Um dia antes de sua morte, a rainha havia enviado uma mensagem ao povo brasileiro pela celebração do bicentenário da Independência do país e lembrou sua viagem em 1968. "Em meio à celebração da importante ocasião dos 200 anos de independência, gostaria de parabenizar Vossa Excelência e enviar minhas felicitações ao povo da República Federativa do Brasil, lembrando com carinho da minha visita ao país, em 1968", escreveu Elizabeth na mensagem enviada ao governo brasileiro.

Além de Bolsonaro, outros políticos lamentaram a morte da monarca. O ex-presidente Lula, favorito nas pesquisas para vencer a eleição presidencial de outubro, escreveu no Twitter que a "rainha Elizabeth 2ª testemunhou e participou dos grandes eventos e processos históricos dos últimos 80 anos". "Marcou era como Chefe de Estado, reinando em convivência com primeiros-ministros de diferentes linhas ideológicas", escreveu Lula, que também publicou fotos em que apareceu ao lado da rainha, durante encontros em 2006 e 2009.

"Em nosso governo, o Reino Unido e o Brasil tiveram excelentes relações diplomáticas, políticas e comerciais, marcadas pela visita de Estado em que ela nos recebeu, em 2006. Gravo na memória nosso encontro na reunião do G-20 em Londres, em 2009. Minhas condolências à família e a todos que admiravam a Rainha Elizabeth 2ª no Reino Unido e ao redor do mundo", escreveu Lula.

Terceiro colocado na disputa presidencial, Ciro Gomes (PDT), afirmou pelo Twitter que "com a morte da Rainha Elizabeth 2ª se fecha um ciclo da monarquia britânica e se abrem as portas da história para uma mulher que foi um símbolo de superação, sacrifício pessoal e devotamento à causa de uma nação". "Que ela descanse, merecidamente, em paz", finalizou Ciro.

jps (ots)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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