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Líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes diz que saída de Bia Kicis tem 'simbolismo'

Saída de deputada da vice-liderança do governo foi determinada por Bolsonaro na última quarta-feira, 22, um dia após votação que prorrogou o Fundeb

23 jul 2020 - 18h05
(atualizado em 19/8/2020 às 15h20)
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BRASÍLIA - O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou nesta quinta-feira, 23, que a saída da deputada Bia Kicis (PSL-DF) da vice-liderança do governo tem um simbolismo. Kicis sempre foi aliada do presidente Jair Bolsonaro e comprou várias brigas por sua causa, mas isso não pesou na hora em que ele decidiu tirá-la da função, após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

"O simbolismo dessa troca é exatamente esse, porque, em um momento em que a gente começa a retomar o ritmo da questão legislativa, o presidente deixa claro que, sempre que precisar, sempre que achar que é correto, troca o líder ou o vice-líder", disse Gomes ao Estadão/Broadcast. "O cargo de líder, e incluo o meu nisso, é de prerrogativa do presidente da República".

A saída de Kicis foi determinada por Bolsonaro em mensagem publicada na noite de quarta-feira, 22, no Diário Oficial da União (DOU), um dia após a votação que prorrogou o Fundeb. O governo ainda não decidiu quem será o substituto da deputada.

A gota d'água para Bolsonaro decidir pela destituição de Kicis ocorreu, segundo apurou o Estadão/Broadcast, após ela passar recibo da derrota do Palácio do Planalto. Motivo: apesar de o governo ter sofrido um revés na votação do Fundeb, tentou "vender" a imagem de vitória e chegou a mudar de posição quando viu que ia perder no plenário. Mesmo assim, a então vice-líder do governo fez questão de manter o voto contra a PEC que transformou o Fundeb em programa permanente.

Bia Kicis ficou entre os sete deputados que votaram contra a proposta, no primeiro turno, quando 499 parlamentares aprovaram a prorrogação do Fundeb. Além dela, Chris Tonietto (PSL-RJ), Filpe Barros (PSL-PR), Junio Amaral (PSL-MG), Luiz Philippe (PSL-RJ), Marcio Labre (PSL-RJ) e Paulo Martins (PSC-PR) foram os únicos votos contrários no primeiro turno. Todos são apoiadores de Bolsonaro.

No início deste mês, o Planalto também fez outras mudanças nos cargos de vice-liderança da Câmara para alocar deputados do Centrão -- Aloísio Mendes (PSC-MA) e Maurício Dziedricki (PTB-RS) --, além de Diego Garcia (Podemos-PR).

Em maio, Kicis chegou a usar no plenário uma máscara de proteção contra o coronavírus com a inscrição "E daí?". A pergunta foi feita por Bolsonaro no dia 28 de abril, quando ele comentou o número de mortos pela pandemia - que, àquela altura, havia chegado ao recorde. "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre", disse o presidente, na ocasião.

Estadão
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