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Justiça do Japão apresenta nova acusação contra Carlos Ghosn

22 abr 2019 - 08h21
(atualizado às 08h39)
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Ex-presidente da Renault e Nissan é denunciado por desvio de fundos de montadora japonesa para uso pessoal. Nova denúncia é apresentada no mesmo dia do fim do prazo de detenção provisória.A promotoria de Tóquio apresentou nesta segunda-feira (22/04) uma nova acusação formal contra o executivo brasileiro Carlos Ghosn por suspeita de desvio para uso pessoal de fundos da montadora japonesa Nissan por meio de uma empresa com sede em Omã.

Nascido no Brasil, cidadão francês e descendente de libaneses, Ghosn liderou aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors
Nascido no Brasil, cidadão francês e descendente de libaneses, Ghosn liderou aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors
Foto: DW / Deutsche Welle

A nova acusação formal se soma às outras três que já pesam contra Ghosn, e foi apresentada no mesmo dia da data limite para o fim da sua detenção provisória.

O executivo está preso desde 3 de abril, e o prazo dessa prisão provisória estava previsto para acabar nesta segunda-feira. Com a nova denúncia, no entanto, o Ghosn pode permanecer sob custódia. Essa última prisão já havia ocorrido um mês após o executivo passar mais de cem dias na cadeia.

Desde sua última detenção, Ghosn já vinha sendo interrogado sobre transferências de dinheiro da Nissan para uma distribuidora de veículos da montadora em Omã. De um total de 15 milhões de dólares pagos a este intermediário entre o fim de 2015 e meados de 2018, 5 milhões foram supostamente utilizados para o enriquecimento pessoal do executivo, afirma o Ministério Público.

Após saber da decisão, o chefe da defesa legal de Ghosn, Junichiro Hironaka, anunciou que voltará a pedir a liberdade sob fiança do ex-executivo.

De acordo com analistas, este é o crime mais grave atribuído até o momento a Ghosn, cinco meses após sua primeira detenção, em 19 de novembro de 2018 no aeroporto de Tóquio.

Os 5 milhões de dólares teriam sido transferidos por meio de uma empresa libanesa a um fundo controlado por seu filho Anthony Ghosn nos Estados Unidos, o Shogun Investments LLC, que teria investido a quantia em 30 empresas diferentes, indicaram fontes próximas ao caso.

O dinheiro também teria sido utilizado como parte da compra do "Schachou" (patrão em japonês), um iate luxuoso avaliado em 13,2 milhões de dólares.

Nascido no Brasil, cidadão francês e descendente de libaneses, Ghosn liderou aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors e foi o responsável por uma notável recuperação da Nissan iniciada há cerca de duas décadas. Nesse período, Ghosn ajudou a resgatar a montadora da quase falência com uma aliança de capital com a francesa Renault.

Conhecido por ser um agressivo redutor de custos, Ghosn foi nomeado pela Renault como diretor de operações da Nissan em 1999 e, posteriormente, atuou como CEO da montadora japonesa de 2001 a 2017.

A remuneração de Ghosn, considerada alta para os padrões japoneses, era questionada há anos. De acordo com emissoras japonesas, a empresa pagou a Ghosn quase 10 bilhões de ienes (89 milhões de dólares) durante cinco anos, mas apenas 5 bilhões de ienes (44 milhões de dólares) haviam sido declarados.

JPS/efe/afp/ots

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