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Joice ironiza mudança de nome do PPS e líder reage com críticas ao governo

Em meio as dificuldades para aprovar a reforma da Previdência, líder do governo no Congresso gera mal-estar na bancada do PPS

24 mar 2019 - 23h08
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Em meio as dificuldades para aprovar a reforma da Previdência, a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), gerou mal-estar na bancada do PPS, um dos partidos favoráveis à proposta. Joice ironizou a mudança de nome do partido para 'Cidadania' e acabou tendo que se desculpar com o líder da legenda na Casa, Daniel Coelho (PE).

Em uma rede social, Coelho reagiu com críticas ao governo e se recusou a apagar as publicações, nas quais diz que o governo "erra muito" e "não adianta tirar o corpo fora" da articulação política.

No sábado, no Twitter, Joice escreveu que o Cidadania foi escolhido como "ninho dos movimentos AGORA E RENOVA-BR". "O partido ainda consta como membro do Foro de São Paulo, no site da organização", disse Joice.

Coelho, então, respondeu que o Cidadania defende mais a necessidade da reforma da Previdência do que os deputados do PSL, partido de Joice e do presidente Jair Bolsonaro. Ele também fez questão de destacar que o PPS pediu para sair há anos do Foro de São Paulo, criado por siglas e movimentos progressistas da América Latina na década de 1990.

"Estou sem acreditar que tenha tratado com tom de ironia um partido que trata de forma responsável os assuntos do país, sem pedir nada em troca, sem toma lá cá, que faz mais defesa da necessidade da reforma do que os deputados do seu PSL", reagiu Coelho.

Joice acabou excluindo a publicação e, consequentemente, a resposta de Coelho. Ela também ligou para o líder do PPS para se desculpar e sugeriu que ele excluísse publicações sobre o assunto, mas o deputado negou.

Em sua conta, Coelho escreveu hoje que o Cidadania "não quer barganha, discute a previdência com responsabilidade, fará emendas na proteção dos mais pobres, não deixará de defender a necessidade da reforma". "Já o governo, que erra muito, que se explique por seus atos ou da falta deles", criticou o deputado.

"Cada um que assuma sua responsabilidade e cumpra seu papel. O Governo lavar as mãos é repetir o que Pilatos fez com Jesus. O Congresso decidir por Barrabás, transforma ambos em culpados pela cruz. Não adianta tirar o corpo fora", reforçou o parlamentar no Twitter.

Articulação. Ao Broadcast Político/Estadão, Coelho destacou que o atrito com Joice não altera a posição favorável do Cidadania em relação à reforma da Previdência porque esta é uma "questão ideológica". Ele disse que "está tudo tranquilo" com a líder do governo, mas que não quis apagar os posts para marcar a posição do partido. "Não posso deixar que se faça ironia com partido em momento de mudança. Estou respondendo uma situação partidária, a publicação é um documento. Por isso mantive", justificou.

Ele afirmou, ainda, que "torce" por Joice na articulação e que ela tem uma "missão dura" para convencer os parlamentares a aprovar a reforma da Previdência.

Sobre as recentes desavenças entre presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Coelho disse que cada um deve cumprir seu papel. "Eu defendo e vou conversar com Maia para que (a reforma) seja colocada a pauta. Paute-se a Previdência. Cada um cumpra seu papel constitucional", disse.

Ele afirmou que Maia "só tem a posição de pautar", mas a articulação cabe ao governo. "O que não se pode cobrar é a posição de Rodrigo de articulador. Não se pode cobrar dele a articulação, assim como não se pode cobrar do Cidadania. O problema não está com o Rodrigo e nem conosco. Tem que se achar onde está o problema", declarou Coelho.

Estadão
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