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Itália autoriza desembarque de migrantes em Lampedusa

14 set 2019 - 10h26
(atualizado às 15h32)
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Após países europeus se comprometerem a receber as 82 pessoas que estão a bordo, governo italiano abre portas para navio humanitário Ocean Viking, indicando mudança na política migratória.O novo governo da Itália autorizou neste sábado (14/09) o navio humanitário Ocean Viking, das ONGs SOS Méditerranée e Médicos Sem Fronteiras (MSF), a seguir para Lampedusa e permitiu o desembarque dos 82 migrantes a bordo na ilha, no sul do país. O grupo foi resgatado há seis dias na costa da Líbia.

Migrantes a bordo do Ocean Viking foram resgatados na costa da Líbia
Migrantes a bordo do Ocean Viking foram resgatados na costa da Líbia
Foto: DW / Deutsche Welle

"As autoridades italianas acabam de oferecer ao Ocean Viking um porto de desembarque seguro. Depois de seis dias do primeiro resgate, os 82 imigrantes a bordo em breve desembarcarão em Lampedusa", escreveu o MSF nas redes sociais.

O novo governo italiano assumiu formalmente o poder na terça-feira e prometeu uma abordagem mais humana sobre migração, se afastando da política linha-dura defendida pelo ex-ministro do Interior Matteo Salvini, que lidera o partido de extrema direita Liga.

O MSF e as autoridades locais não especificaram detalhes sobre o desembarque. A imprensa local afirma que a Guarda Litorânea italiana ainda analisa se permitirá a entrada do Ocean Viking no porto ou se transferirá os resgatados para outros navios italianos em águas internacionais e os levará à terra.

Na Itália, ainda vigora o decreto que proíbe a entrada em águas territoriais de navios com migrantes. A medida foi aprovada pelo governo anterior, composto pela ultradireitista Liga e o antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S). Embarcações que desafiassem a medida corriam o risco de serem apreendidas e multadas em até 1 milhão de euros.

No dia 12 de setembro, o governo italiano informou que vários países europeus, sem citar nomes, tinham concordado com a realocação dos resgatados a bordo. O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, pediu em Bruxelas para que os países europeus promovam um mecanismo automático de redistribuição dos migrantes que navegam pelo Mediterrâneo rumo à Europa.

O ministro do Exterior italiano, Luigi Di Maio, do M5S, ressaltou que o governo só permitiu o atual desembarque porque países da União Europeia se comprometeram a receber os imigrantes e destacou que não houve um abrandamento da política migratória.

O navio da SOS Méditerranée e do MSF socorreu 50 pessoas no mar Mediterrâneo em 8 de setembro e mais 34 no dia 10. Nos últimos dias, uma mulher grávida de nove meses e seu marido tiveram que ser retirados para Malta.

A política linha-dura de Salvini contra a imigração aumentou a popularidade de seu partido, que decidiui deixar a coalizão formada com o Movimento Cinco Estrelas no mês passado, na tentativa de provocar novas eleições. A manobra, porém, fracassou, e o M5S formou um governo com seu ex-arquirrival Partido Democrático (PD).

CN/efe/lusa/ap/rtr/afp

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