Os maiores terroristas do século XXI

Este início de século XXI vem assistindo à emergência de líderes terroristas ligados ao fundamentalismo islâmico, como Osama bin Laden, morto em 2011 numa operação americana no Paquistão. Algumas lideranças ganham em importância à medida que a insurgência persiste, como Doku Umarov, na Chechênia, enquanto outras representam mais o fim de lutas, como o caso de Iñaki de Juana Chaos, do ETA, atualmente preso na Espanha.

SHAMIL BASAYEV

Shamil Salmanovich Basayev foi um militante islâmico e um dos principais líderes da resistência da Chechênia da era pós-soviética. Nascido em Vedeno em 1965, e formado em Moscou, pegou em armas para lutar contra a negativa dos russos em ceder à autodeterminação completa da pequena nação do Cáucaso. Em pouco tempo, suas façanhas começaram a ser classificadas pelas autoridades como banditismo, fazendo dele o inimigo público mais procurado pelas forças russas.

Em 1991, numa ousadia espantosa, Basayev dominou a tripulação de um avião russo que decolara do aeroporto de Minerlnoye Vody, no sul da Rússia, ordenando que ele aterrizasse em Ancara, na Turquia. Lá, denunciou à imprensa internacional sua intenção de mover guerra à Rússia até que fossem reconhecidos os direitos dos chechenos à plena autodeterminação. Complacente, o governo turco permitiu que ele clandestinamente voltasse ao Cáucaso.

As questões de ordem religiosa - particularmente a causa islâmica – nem sempre preencheram seu cenário ideológico. Basayev, que queria combater os russos, via-se como um senhor de guerra das montanhas, uma espécie de líder tribal, mas não como uma missionário armado do Islã. O ódio aos russos aumentou ainda mais quando 11 membros da sua família foram mortos num bombardeio, provavelmente na tentativa de atingi-lo, sobre a vila em que nascera.

Basayev – que em 2003 foi designado terrorista pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos - foi morto em 2006 pelo Serviço Federal Russo (FSB), em uma explosão durante uma operação na República Federal da Inguchétia, um território vizinho da Chechênia. Vladimir Putin, então premiê russo, considerou que Basayev “mereceu” a ação devido a seus múltiplos ataques à Rússia. Basayev também foi o responsável pela orquestração do ataque ao Teatro de Moscou, em 2002.