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Governo avalia escalar oficial da Marinha para comandar Apex

Contra-almirante é nome cotado para assumir direção da agência, que já teve dois presidentes exonerados em 3 meses

22 abr 2019 - 22h23
(atualizado em 23/4/2019 às 11h00)
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BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro deverá indicar um militar para dirigir a Agência Brasileira de Promoção de Investimentos (Apex), cargo vago desde a exoneração do embaixador Mário Vilalva, há duas semanas.

De acordo com fontes da área, o presidente deverá nomear o contra-almirante Sérgio Ricardo Segovia Barbosa, atual subchefe de Inteligência Estratégica do Ministério da Defesa. O martelo ainda não foi batido, mas o militar está "bem cotado", segundo integrantes do governo.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão Conteúdo

A saída de Vilalva foi interpretada como uma derrota do grupo dos militares - e uma vitória do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a quem a Apex é subordinada. O entendimento é que a escolha de um novo nome militar para o cargo pode "reequilibrar as forças" dentro da agência.

É de Araújo a indicação dos outros dois diretores da Apex que se indispuseram com Vilalva. O embaixador saiu depois de criticar o chefe publicamente - ele disse, em entrevista ao Estado, que Araújo deu um "golpe", ao mudar o estatuto da Apex sem consultá-lo. O novo texto do estatuto retira poderes do presidente e amplia a força de seus diretores.

Barbosa fez carreira na Marinha. É engenheiro eletrônico, com pós-graduação em Ciência Naval pela Escola de Guerra Naval e em Política e Estratégia pela Escola Superior de Guerra.

Divergências

Vilalva foi o segundo presidente da Apex a ser demitido no governo Bolsonaro. Ainda em janeiro, o primeiro escolhido do presidente para o cargo, Alexandre Carreiro, foi dispensado depois de apenas uma semana no cargo.

Nos dois casos, a disputa foi a mesma. Tanto Carreiro quanto Vilalva bateram de frente com a diretora de Negócios da Apex, Letícia Catelani, que é próxima de Araújo e do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Vilalva também se desentendeu com o diretor de Gestão da agência, Márcio Coimbra, também indicação de Araújo.

Depois da crise, o Planalto chegou a avaliar retirar a Apex do Itamaraty e transferir a agência para o Ministério da Economia. A Apex já foi vinculada ao Ministério da Indústria e Comércio, pasta hoje incorporada ao Ministério da Economia. Durante a transição, quando o governo preparava o desenho da Esplanada dos Ministérios, Paulo Guedes, ministro da Economia, defendeu que a Apex ficasse sob seu comando.

Na semana passada, porém, ele sugeriu que o governo acabasse com a agência. Em entrevista à Globonews, ele disse que extinguiria o órgão caso fosse transferida para sua alçada. "Ela não está comigo, está lá (no Itamaraty). Se estivesse comigo, acabava. A Apex para mim é um órgão redundante."

Criada em 2003 no governo Lula, era considerada a "joia" para negociações e distribuição de cargos. A agência é responsável por promover produtos e serviços no exterior e atrair investimentos./COLABORARAM FELIPE FRAZÃO, MARIANA HAUBERT e TÂNIA MONTEIRO

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