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Filhos de Bolsonaro discutem com parlamentares eleitos do PSL nas redes sociais

No Whatsapp, grupo de parlamentares eleito do partido também apresentou discussão entre Major Olímpio e Joice Hasselmann

6 dez 2018 - 23h32
(atualizado em 7/12/2018 às 04h50)
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BRASÍLIA - O protagonismo de parlamentares eleitos pelo PSL, ainda não empossados, tem incomodado a família Bolsonaro e antigos parlamentares. Nos últimos dias, dois filhos do presidente eleito mandaram recados para seus correligionários pelas redes sociais. Paralelamente, os correligionários tiveram um debate acalorado em um grupo de Whatsapp, como revelado pelo jornal O Globo.

O presidente do partido, o deputado eleito Luciano Bivar (PE), diz não ver um problema entre os quadros e afirma que alguns desentendimentos são normais em um partido com tantas pessoas.

Um dos alvos explícitos dos filhos de Bolsonaro nos últimos dias foi o deputado federal eleito Julian Lemos (PB). O vereador licenciado do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, publicou que Lemos não é e nunca foi o coordenador do presidente eleito no Nordeste e ainda sugeriu que ele parasse de "tentar aparecer" à sombra do presidente eleito.

"Sr. @JulianLemosopb1 quem elegeu Bolsonaro foram pessoas de todos os segmentos e que nenhum momento pleiteiam algo a mais a não ser um Brasil melhor! Bolsonaro age somente ajudando candidatos pelo Brasil. Sugerimos parar de aparecer atrás dele por algum motivo como faz sempre!", escreveu o vereador carioca. Lemos é coordenador da área de desenvolvimento regional na transição de Bolsonaro e foi figura constante ao lado do presidente eleito na campanha. Carlos, por sua vez, deixou a transição no último dia 22 após desavenças com o futuro titular da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno.

Paralelamente, outro filho de Bolsonaro, o deputado federal reeleito Eduardo (PSL-SP) foi mais sutil ao usar a rede social. "Apenas os deputados que estão exercendo mandato tem autonomia para fazer articulações no Congresso. Agradecemos o apoio e compreensão dos deputados eleitos do PSL", escreveu ele na quarta-feira à noite. A mensagem foi considerada por alguns como uma indireta para determinados deputados eleitos que estão ganhando protagonismo nas articulações, mesmo antes de serem empossados.

Enquanto isso, no grupo de troca de mensagens que reúne os eleitos pelo partido, Joice Hasselmann (PSL-SP) criticou a articulação da legenda e discutiu com o deputado e senador eleito Major Olímpio (PSL-SP). Posteriormente, Eduardo Bolsonaro entrou na conversa e disse que recebeu ordens do pai para conduzir articulações na Câmara apenas nos bastidores, de modo a não irritar o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) que poderia acelerar a aprovação das chamadas "pautas bombas" na Casa. Como o Estado mostrou no dia 5, a equipe de transição elegeu o Deputado Waldir (PSL-GO) como o responsável por tentar barrar esses projetos no plenário. Correligionários ouvidos pelo Estado confirmaram o teor das conversas.

"Ninguém busca protagonismo e todos querem o melhor para o partido", afirmou o presidente da legenda, Luciano Bivar. Ele admitiu, no entanto, que há uma "dissonância de comunicação que deve ser ajustada no primeiro mês de mandato". 

Estadão
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