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Feira do Livro em SC propõe debate sobre ódio na internet após ameaças a Miriam Leitão

Organização do evento em Jaraguá do Sul mudou programação após a participante ter sido ameaçada

17 jul 2019 - 14h54
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FLORIANÓPOLIS - A organização da 13ª edição da Feira do Livro de Jaraguá do Sul, no norte de Santa Catarina, informou que após o cancelamento do convite à jornalista Miriam Leitão e ao sociólogo Sérgio Abranches irá propor uma mesa de debate sobre ódio em tempos de internet, informou Carlos Henrique Schroeder, coordenador artístico do evento.

Os convites foram cancelados um dia após a programação ser anunciada, segundo a organização, por ameaças. "Começamos a receber mensagens, e mensagens pesadas, que não dá nem para repetir", afirmou Schroeder.

"Me senti envergonhado de ter que anunciar esse cancelamento mas, diante do conteúdo das ameaças, a prudência falou mais alto. Relutei, tive vontade de bancar a vinda deles, mas melhor assim do que ter um evento marcado por sangue. Estamos estudando uma substituição na programação e pensamos em fazer uma mesa para debater o ódio em tempos de internet", afirmou.

Schroeder atribuiu as ameaças a simpatizantes bolsonaristas e disse que, diferente da Flip, de Paraty (RJ), que reuniu um grupo reduzido de manifestantes contrários a participação de Glenn Greenwald, responsável pelo The Intercept Brasil, "aqui seria diferente, seria uma multidão deles", disse. "Só não deixei a coordenação do evento porque se não houver feira é uma vitória para eles", emendou.

O Conselho da Feira é formado por cinco integrantes. Após terem analisado a situação, foi decidido por três votos a dois a suspensão dos convites. Ao comentar sobre o assunto em sua coluna diária na rádio CBN, Miriam Leitão classificou as manifestações como "intolerantes".

Estadão
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