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FBI investigou se Trump atuou secretamente em prol da Rússia

Segundo reportagem do "The New York Times", após demissão de diretor do FBI, comportamento do presidente levantou suspeitas

12 jan 2019 - 11h38
(atualizado às 11h41)
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O FBI iniciou uma investigação para determinar se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atuou secretamente em prol da Rússia. O inquérito foi aberto depois que o republicano demitiu o então diretor da agência, James Comey, em 2017, noticiou nesta sexta-feira (11/01) o jornal The New York Times (NYT).

"Eles [o FBI] estavam tão preocupados com o comportamento do presidente que começaram a investigar se ele estava trabalhando em nome da Rússia contra os interesses dos EUA", disse o jornal, citando de maneira anônima ex-funcionários do FBI e outras fontes ligadas à suposta investigação.

Presidente dos EUA, Donald Trump, fala com jornalistas em Washington
09/01/2019 REUTERS/Jim Young
Presidente dos EUA, Donald Trump, fala com jornalistas em Washington 09/01/2019 REUTERS/Jim Young
Foto: Reuters

Agentes de contrainteligência tiveram que considerar se as ações de Trump constituíam uma possível ameaça à segurança nacional dos EUA e tentaram determinar se o presidente estava conscientemente trabalhando para Moscou ou se, inconscientemente, ele havia caído sob influência russa, disseram as fontes. Além disso, o inquérito continha um aspecto criminal, de verificar se a demissão de Comey constituiu obstrução de Justiça.

A demissão do então diretor do FBI aumentou a desconfiança nos Estados Unidos quanto a um possível acobertamento do escândalo envolvendo as suspeitas de intervenção da Rússia nas eleições presidenciais americanas de 2016.

Após a demissão de Comey, em maio de 2017, o promotor especial Robert Mueller assumiu as investigações sobre as possíveis ligações entre membros da campanha de Trump e o Kremlin e se a Rússia de fato interferiu no pleito a favor do republicano.

O NYT afirma que agentes do FBI e outras autoridades começaram a suspeitar dos laços de Trump com a Rússia já durante a campanha eleitoral, mas não abriram uma investigação naquela época porque não tinham certeza de como abordar um inquérito tão sensível e importante.

No entanto, segundo as fontes ouvidas pelo jornal, o comportamento de Trump nos dias antes e depois da demissão de Comey - mais especificamente em dois momentos em que o presidente parece ter ligado a destituição à investigação sobre a interferência russa nas eleições americanas - levantaram ainda mais suspeitas.

Um dos fatos que teriam levado à abertura do inquérito seria o de Christopher Lee, ex-espião britânico que trabalhou como informante do FBI, ter compilado memorandos em meados de 2016 contendo alegações de que autoridades russas se preparavam para chantagear e subornar Trump com a intenção de conseguir seu apoio.

De acordo com o ex-conselheiro-geral do FBI James A. Baker, citado pelo NYT, se o presidente tiver demitido Comey para obstruir a investigação sobre a Rússia, a medida configuraria uma questão de segurança nacional, pois naturalmente teria minado os esforços do FBI para descobrir como Moscou interferiu nas eleições e se americanos estiveram envolvidos.

Trump nega qualquer ligação ilícita com Moscou e classifica a investigação sobre o assunto de "caça às bruxas".

Rudolph Giuliani, advogado do presidente, afirmou não ter conhecimento sobre o inquérito noticiado pelo NYT nesta sexta-feira. "O fato de ter sido iniciado há um ano e meio e de nada ter indicado uma brecha na segurança nacional significa que não encontraram nada", disse Giuliani.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, classificou a reportagem do NYT de absurda e afirmou que Trump sempre se manteve firme em relação à Rússia.

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