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Ex-presidente sul-coreana é condenada por corrupção

6 abr 2018 - 06h08
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Park Geun-hye, que teve o mandato cassado em 2017, foi sentenciada a 24 anos de prisão por acusações de abuso de poder, coação e suborno. Ela se diz vítima de vingança política.A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, foi condenada a 24 anos de prisão nesta sexta-feira (06/04) por seu envolvimento em um caso de corrupção que culminou com sua cassação em janeiro de 2017.

Park, de 66 anos, estava sob prisão preventiva desde março de 2017
Park, de 66 anos, estava sob prisão preventiva desde março de 2017
Foto: DW / Deutsche Welle

Ela foi considerada culpada em várias acusações de abuso de poder, coação e suborno, recebendo, além da pena de prisão, uma multa de 18 bilhões de wons (16,8 milhões de dólares).

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A sentença, transmitida ao vivo pela televisão, considerou que a ex-presidente conservadora e sua amiga pessoal Choi Soon-sil, apelidada de "Rasputina" pela influência que exercia sobre Park Geun-hye, criaram uma vasta rede de favores através da qual extorquiam grandes empresas, como Samsung, Hyundai e Lotte.

Park e Choi são acusadas de pressionar 18 grupos de empresas a doar 77,4 bilhões de wons (72,3 milhões de dólares) para a criação de duas fundações controladas pela amiga da ex-presidente.

Ambas foram condenadas por receber propinas de algumas dessas companhias, incluindo mais de 7 bilhões de wons (6,5 milhões de dólares) da Samsung em troca do apoio do governo a uma transição suave de poder na empresa.

Park, de 66 anos, estava sob prisão preventiva desde março de 2017. Ela foi o primeiro chefe de Estado sul-coreano a sofrer impeachment durante o período democrático no país. Sua cassação levou à realização de eleições antecipadas em maio do ano passado, vencidas pelo liberal Moon Jae-in.

A promotoria havia pedido uma sentença de 30 anos de prisão e o pagamento de uma multa de 118,5 bilhões de wons (95 milhões de dólares).

"É inevitável que a ré deva ser responsabilizada pelos seus crimes, mesmo se apenas para evitar outros indesejáveis casos de abuso do poder concedido pelo povo", disse o principal juiz do caso, Kim Se-yun. Park e a promotoria têm uma semana para apelar da sentença.

Uma multidão de simpatizantes da ex-presidente se reuniu em frente ao tribunal, protestando contra a legitimidade do processo. Park, que não estava presente no julgamento, alega ter sido julgada imparcialmente, além de ser presa preventivamente sem motivo. Ela se diz vítima de vingança política e se recusou a comparecer às audiências no tribunal desde outubro do ano passado.

Esta foi a primeira vez que um veredito de um tribunal foi transmitido ao vivo pela televisão na Coreia do Sul. A Suprema Corte do país havia permitido a transmissão, caso os juízes considerassem se tratar de um caso de interesse público.

RC/efe/ap

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