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Ex-advogado de Trump é condenado a 3 anos de prisão por infração de campanha

12 dez 2018 - 17h34
(atualizado às 19h32)
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Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi condenado a três anos de prisão nesta quarta-feira devido ao seu papel nos pagamentos ilegais feitos a duas mulheres pelo seu silêncio para ajudar a campanha de Trump na eleição de 2016 e por mentir ao Congresso sobre o projeto de uma Trump Tower na Rússia.

Michael Cohen deixa tribunal em Nova York 
 12/12/2018   REUTERS/Shannon Stapleton
Michael Cohen deixa tribunal em Nova York 12/12/2018 REUTERS/Shannon Stapleton
Foto: Reuters

O juiz William Pauley, de Manhattan, condenou Cohen a 36 meses pelos pagamentos, que violaram a legislação de financiamento de campanha, e a dois meses pelas declarações falsas ao Congresso. As duas penas serão cumpridas simultaneamente. O juiz estabeleceu a data de 6 de março para uma a apresentação voluntária de Cohen para cumprir a pena.

    Cohen se declarou culpado da infração de financiamento da campanha em agosto e de fazer declarações falsas em novembro. Como parte de sua sentença, o juiz ordenou que ele pague uma multa de 500 mil dólares e uma penalidade de quase 1,4 milhão de dólares pelas violações da legislação de financiamento de campanha.

    O advogado de 52 anos entrou no tribunal nesta quarta-feira com a esposa, o filho e a filha em meio a uma multidão de fotógrafos e repórteres.

    A condenação foi o ponto final da reviravolta surpreendente de um advogado que disse certa vez que "levaria um tiro" por Trump, mas que agora implicou o presidente diretamente em uma conduta criminosa. A pena de três anos foi uma redução modesta dos quatro a cinco anos recomendados por diretrizes federais, mas ainda assim sublinhou a gravidade das acusações.

    "Embora o senhor Cohen se comprometa a ajudar em investigações adicionais, isto não é algo que o tribunal possa considerar agora", disse o juiz Pauley.

    Procuradores federais de Nova York acusaram Cohen de pagar 130 mil dólares à atriz pornô Stormy Daniels e ajudar a conseguir um pagamento de 150 mil dólares para a ex-coelhinha da Playboy Karen McDougal antes da eleição de 2016 para que elas silenciassem sobre seus relacionamentos passados com Trump, que é casado e nega os casos.

    Os procuradores disseram que os pagamentos violam a legislação de financiamento de campanha. Cohen disse aos procuradores que os pagamentos foram feitos por ordem de Trump, implicando-o em uma possível violação de finanças de campanha.

    A lei federal estipula que contribuições de "qualquer coisa de valor" a uma campanha devem ser informadas e limitadas a 2.700 dólares por pessoa.

    "Foi minha própria fraqueza e lealdade cega a este homem que me levaram a escolher um caminho de trevas ao invés de luz", disse Cohen ao juiz durante a leitura da sentença. "Senti que era meu dever acobertar suas próprias sujeiras", acrescentou, referindo-se a Trump.

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