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Em São Paulo, DEM dá apoio a Covas e fala em fusão com PSDB

Próximo a Doria, direção da sigla no Estado afirma que união com tucanos 'está na mesa'

29 abr 2019 - 05h11
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O DEM de São Paulo transformou sua convenção estadual, realizada ontem na Assembleia Legislativa, em palanque para anunciar o apoio da sigla à reeleição do prefeito Bruno Covas nas eleições do ano que vem e para defender a fusão do partido com o PSDB.

"Essa discussão (fusão PSDB-DEM) está na mesa. Vamos avaliar com outros partidos também. A discussão ainda está embrionária", disse ao Estado o vereador Milton Leite, presidente do DEM paulistano e recém-eleito secretário-geral do partido. Leite - aliado do governador tucano João Doria, que foi saudado no evento como futuro "presidente da República" - também falou em "verticalizar" a aliança do DEM com o PSDB no Estado.

Segundo Covas, o assunto será tratado após a convenção nacional do PSDB, marcada para maio. "Passada a convenção nacional do PSDB, e a provável eleição do Bruno Araújo como presidente (que conta com o apoio de Doria), vamos começar a discutir o futuro do partido. Não há nenhum preconceito em relação à fusão. Vamos avaliar qual será o programa do PSDB", disse o prefeito.

Nos bastidores, Doria é o principal patrocinador de uma eventual aliança DEM-PSDB. Ele deu carta branca a seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), para atuar como homem forte da articulação política e uma espécie de embaixador do governo. Doria também se aproximou do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do prefeito de Salvador, ACM Neto, presidente nacional do partido - que em maio deverá se reeleger para o cargo, com Garcia de vice.

Outro gesto que chamou atenção no campo eleitoral foi a decisão do empresário Juan Quirós, ex-secretário de Negócios de Doria na Prefeitura de São Paulo, de se filiar ao DEM para disputar a prefeitura de Campinas no ano que vem. O movimento tem o aval do governador e aproxima ainda mais os tucanos do DEM.

Covas usa camiseta do DEM

Bruno Covas chegou ao local da convenção com uma camiseta do DEM e foi o mais tietado por correligionários. Ele e Doria receberam em cima do palco crachás com a inscrição "Democratas" com os seus nomes. "Vamos apoiar o Bruno Covas. Aqui na capital está definido o jogo", disse Leite.

Questionado sobre se a aproximação entre os dois partidos poderia caminhar para uma fusão no campo nacional, Doria adotou em público um tom mais cuidadoso. "Tudo ao seu tempo. Temos uma eleição no plano nacional (do PSDB), que vai eleger o Bruno Araújo presidente do partido, e Marco Vinholi presidente estadual. Vencidas essas duas etapas, podemos debater o assunto."

Cabos eleitorais e passistas

Ao chegar ontem ao auditório Franco Montoro, da Assembleia Legislativa de São Paulo, onde ocorreu a convenção estadual do DEM, o governador João Doria foi saudado pelo locutor Jorge Tadeu Mudalen, ex-deputado e ex-presidente do DEM, como "futuro presidente do Brasil" e o vice-governador Rodrigo Garcia, que foi eleito presidente do DEM estadual, como futuro governador.

"Se o bom Deus quiser, vamos ter Doria presidente. Estamos firmes como uma rocha com você, Bruno (Covas)", completou em seu discurso o vereador Milton Leite, presidente do DEM paulistano, diante de uma plateia de cabos eleitorais que lotou o auditório.

Leite também foi eleito secretário-geral do DEM paulista. Ele levou uma bateria de escola de samba com passistas em traje de carnaval para animar a convenção, que atraiu delegações do interior e lotou o auditório.

Secretário licenciado da Casa Civil, Kassab, que é presidente do PSD, discursou no púlpito, mas foi embora cinco minutos antes da chegada de Doria.

Outro tucano que passou pela convenção foi o senador José Serra. Chegou atrasado - e de surpresa - no começo da fala de Garcia e subiu ao palco. Ali, se colocou na frente de Bruno Covas, o que provocou reação de alguns tucanos. Ele não discursou. /COLABOROU GABRIELA BILÓ

Estadão
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