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Em eleição que marca fim de era Merkel, partido de chanceler perde liderança nas pesquisas

Eleições que acontecem neste domingo (26/9) na Alemanha seguem acirradas, e é impossível saber se o sucessor de Angela Merkel será o conservador Armin Laschet ou o candidato de centro-esquerda Olaf Scholz.

25 set 2021 - 19h36
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A chanceler Angela Merkel e o candidato de seu partido, Armin Laschet, em um comício neste sábado (25/9)
A chanceler Angela Merkel e o candidato de seu partido, Armin Laschet, em um comício neste sábado (25/9)
Foto: EPA / BBC News Brasil

A coalizão que reúne os partidos União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler, Angela Merkel, e União Social-Cristã (SPD) na Alemanha perdeu o que era uma vantagem confortável nas pesquisas, e agora, às vésperas da eleição, está atrás do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).

Merkel, endossou o candidato de seu partido de centro-direita (CDU), Armin Laschet, para sucedê-la, em uma campanha eleitoral excepcionalmente acirrada.

Neste sábado (25/9), no comício final da CDU, em Aachen, cidade natal de Laschet, a chanceler o elogiou, usando a metáfora de "construir pontes" para dizer que ele sabe dialogar com o outro lado.

Merkel tem dominado a política alemã há 16 anos como chanceler.

O Partido Verde está a caminho de ficar em terceiro lugar, mas ainda pode figurar no governo.

Analistas dizem que uma ampla gama de coalizões poderia ser tecnicamente possível, embora politicamente complicada, de negociar.

O sucesso do SPD é atribuído em grande parte a seu candidato, o atual ministro das Finanças Olaf Scholz, que exala a mesma calma discreta que muitos admiraram em Angela Merkel, diz a correspondente da BBC em Berlim, Jenny Hill.

Scholz disse que uma coalizão com os verdes pode ser possível.

"Quanto mais forte for o SPD, mais fácil será construir um governo", disse ele aos eleitores.

Chega de lealdades partidárias

Análise de Damien McGuinness, BBC News, Berlim

É impossível prever se o sucessor de Angela Merkel será o conservador Armin Laschet ou o candidato de centro-esquerda Olaf Scholz.

Quatro meses atrás, os verdes lideravam as pesquisas. Os conservadores, então, avançaram.

Hoje, o partido de centro-esquerda é o favorito, mas sua vantagem quase desapareceu.

A lealdade partidária caiu e um número recorde de pessoas está indecisa - em algumas pesquisas, em torno de 40%.

Uma aposta mais segura é que Scholz ou Laschet podem acabar liderando uma coalizão tríplice com os verdes e o liberal FDP. Os dois grupos tradicionalmente desconfiam um do outro.

Mas eles também são surpreendentemente semelhantes, com representantes jovens, enérgicos e socialmente liberais pressionando para modernizar a Alemanha - e, crucialmente, eles estão ansiosos pelo poder.

Mas há uma série de questões que preocupam os eleitores, incluindo as mudanças climáticas.

Na sexta-feira, dezenas de milhares de jovens ativistas marcharam por todo o país para exigir mais ações para enfrentar o aquecimento global. As mudanças climáticas têm sido um tema central na campanha eleitoral.

A ativista sueca Greta Thunberg disse a multidões em Berlim que nenhum partido político estava fazendo o suficiente para combater a crise climática.

A votação na maior economia da Europa, que está no coração da União Europeia, está sendo observada de perto por aliados no continente e em todo o mundo.

Os alemães devem eleger membros da câmara baixa do parlamento federal, o Bundestag, composta de pelo menos 598 cadeiras, mas geralmente mais.

Cerca de 60,4 milhões de alemães com mais de 18 anos podem votar.

Embora fique claro na noite de domingo (26/9) qual será o partido vencedor, a composição do próximo governo só será conhecida quando um candidato a chanceler conseguir formar a maioria absoluta no parlamento com um ou dois outros partidos, o que significa que o novo líder da Alemanha não será conhecido imediatamente.

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