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Em dia de protestos, Bolsonaro nega cortes na educação e Mourão vê falha em comunicação

15 mai 2019 - 13h45
(atualizado às 13h55)
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Em dia de protestos marcados em todo o país nesta quarta-feira contra o que manifestantes chamam de cortes no orçamento da educação, o presidente Jair Bolsonaro negou que verbas tenham sido cortadas, afirmando que foram contingenciadas, enquanto o vice-presidente Hamilton Mourão apontou falhas na comunicação do governo sobre os recursos da área.

Estudantes da USP se preparam para protesto em São Paulo 15/5/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Estudantes da USP se preparam para protesto em São Paulo 15/5/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

"Não existe corte. Hoje nós temos um problema que eu peguei um Brasil destruído economicamente também, então as arrecadações não eram aquelas previstas por quem fez o Orçamento para o corrente ano, e se não houver contingenciamento eu simplesmente encontro a Lei de Responsabilidade Fiscal", disse Bolsonaro a jornalistas ao chegar em Dallas, nos Estados Unidos.

O presidente se reunirá na cidade com o ex-presidente norte-americano George W. Bush e, na quinta-feira, receberá o prêmio de Pessoa do Ano numa cerimônia que, inicialmente, seria feita em Nova York, mas Bolsonaro cancelou a ida àquela cidade depois de críticas públicas feitas a ele pelo prefeito nova-iorquino, Bill de Blasio.

"Vou ter um encontro com o Bush. Amanhã tem um evento nosso que seria em Nova York, mas lamentavelmente o prefeito não me quis lá e estamos sendo muito bem recebidos aqui. O objetivo nosso de viagem será alcançado: aprofundar cada vez mais os laços de amizade e também cooperação comercial com esse país que eu sempre amei desde a minha infância", explicou o presidente.

Indagado em Brasília sobre as manifestações marcadas em todo o país a favor da educação, Mourão também negou tratar-se de cortes no orçamento do ministério e afirmou que o governo tem falhado em comunicar à sociedade que se trata de um contingenciamento, o que significa, segundo ele, que os recursos podem ser liberados futuramente.

"O que existe não é corte, é contingenciamento que ocorreu ao longo de todos os governos. Aliás, a única exceção foi ano passado, que o presidente Temer liberou o Orçamento em fevereiro", disse o vice a jornalistas, afirmando esperar que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, explique a situação em audiência no plenário da Câmara nesta quarta-feira.

Weintraub foi convocado para dar esclarecimentos por ampla maioria dos deputados, que aprovaram requerimento para que ele compareça à Casa para falar no plenário.

"Se o ministro souber explicar direitinho. Acho que vocês entenderam o que eu quis transmitir aqui, as coisas que estão acontecendo. Então, nós temos falhado na nossa comunicação, e agora é uma oportunidade dentro do Congresso que o ministro vai ter para explicar isso tudo", acrescentou.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) convocou protestos em todo o país contra o que afirma serem cortes no orçamento do Ministério da Educação e atividades em algumas instituições de ensino públicas e privadas foram paralisadas nesta quarta em apoio ao movimento.

O contingenciamento --nas palavras do governo-- tem afetado o financiamento de pesquisas e de custeio das instituições públicas de ensino. Inicialmente, Weintraub havia dito que o alvo seriam universidades federais que fariam "balbúrdia". Posteriormente, e diante de críticas, decidiu que todas as instituições seriam igualmente afetadas.

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