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Em depoimento, filho de Duterte nega envolvimento com tráfico de drogas

7 set 2017 - 20h03
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Paolo Duterte teria supostamente facilitado entrada de metanfetamina no país. Genro do presidente filipino, que promove morte de traficantes, também estaria envolvido no negócio. Senado investiga o caso.Em depoimento ao Senado das Filipinas, o filho do presidente Rodrigo Duterte negou nesta quinta-feira (07/09) ter envolvimento com o tráfico de drogas. Senadores investigam uma carga de metanfetamina, no valor de 125 milhões de dólares, que chegou em Manila.

Senadores da oposição suspeitam que Paolo Duterte facilitou a entrada da droga, vinda da China, no porto da capital em troca de propina. Além do filho, o genro de Duterte, Manases Carpio, também estaria envolvido no negócio.

"Eu e meu cunhado estamos sendo crucificados publicamente com base em rumores e boatos. Não tenho nenhum conhecimento ou envolvimento com a carga ilegal de drogas", disse Carpio, que é casado com a filha do presidente, Sara.

Leia mais: As fanfarrices de Duterte

As suspeitas contra os dois surgiram no mês passado, após um despachante aduaneiro ter dito em depoimento que os nomes do filho e do genro de Duterte foram mencionados na tentativa de acelerar o transporte. Pouco tempo depois, o despachante voltou atrás e desmentiu a declaração por comunicado.

O senador Antono Trillanes, crítico do presidente, mostrou fotografias nas quais Paolo, que é vice-prefeito de Davao, aparece ao lado de um dos empresários que estaria por trás da carga.

Trillanes afirmou ainda que um serviço de inteligência de um país estrangeiro teria confirmado que Paolo é membro de uma organização criminosa. Uma suposta tatuagem de um dragão com dígitos secretos que ele possuiria nas costas seria a prova dessa ligação. Segundo o senador, o símbolo seria da tríade chinesa, que controla o tráfico de armas e de pessoas.

Segundo um relatório do Congresso dos EUA, a tríade nas Filipinas está envolvida na lavagem de dinheiros, tráfico de drogas e de armas.

Ao ser questionado sobre a tatuagem, Paolo confirmou ter uma, mas se negou a descrevê-la, invocando seu direito à privacidade. O filho de Duterte também recusou a sugestão de enviar uma fotografia da tatuagem à agência americana antidrogas (DEA) para que os tais códigos secretos fossem decifrados.

Paolo não respondeu ainda questões sobre sua conta bancária, argumentando que as perguntas eram irrelevantes.

Após vencer com folga a eleição presidencial no ano passado com a promessa de acabar com o narcotráfico nos primeiros seis meses de mandato, Duterte pediu em várias ocasiões à polícia e aos cidadãos que eliminassem narcotraficantes e usuários de drogas.

Desde que assumiu a presidência em junho do ano passado, a sangrenta guerra contra o tráfico no país, que deixou mais de 3,8 mil mortos em operações antidrogas. Mais de 2,1 mil morreram em circunstâncias não especificadas. Ativistas acusam policiais de executarem usuários de drogas e traficantes. Autoridades negam as acusações.

Em outubro, o presidente chegou a se comparar a Adolf Hitler, afirmando que ficaria "feliz em matar" 3 milhões de usuários de drogas e traficantes. Mais tarde, pediu desculpas pela referência ao líder nazista, mas reafirmou o desejo de matar milhões de pessoas ligadas ao tráfico nas Filipinas.

Após as primeiras acusações contra seus familiares, Duterte afirmou que não renunciará mesmo que seja provado que membros de sua família estão envolvidos em corrupção.

CN/rtr/afp/dpa

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