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Veja os destaques da sabatina com Alvaro Dias, presidenciável pelo Podemos

Candidato participou da primeira entrevista da série promovida entre 'Estado' e Faap com os candidatos à Presidência nas eleições 2018

27 ago 2018 - 14h48
(atualizado às 15h24)
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A série Estadão-Faap Sabatinas com os Presidenciáveis, que entrevistará os principais candidatos à Presidência nas eleições 2018, começou na manhã desta segunda-feira, 27, com o senador Alvaro Dias.

Durante cerca de duas horas de entrevista, o representante do Podemos respondeu perguntas dos jornalistas, da plateia e falou sobre propostas de reforma política, previdenciária e tributária, combate à corrupção, educação e economia. Além disso, o candidato comentou o convite ao juiz Sérgio Moro para assumir o Ministério da Justiça e fez críticas ao presidente Michel Temer e à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Veja abaixo os destaques da sabatina com o candidato Alvaro Dias:

Lambari X Tubarões

Na abertura da entrevista, Alvaro Dias afirmou que a campanha das eleições 2018 é a mais desonesta, injusta e antidemocrática da história do País.

"Me refiro a uma competição desigual entre tubarões do fundo eleitoral, do tempo do rádio e da TV. Tubarões de recursos próprios aplicados na campanha eleitoral por permissão legislativa contra lambaris sem tempo de rádio e TV, com escassos recursos do fundo eleitoral e evidentemente sem recursos próprios para aplicação no processo eleitoral", disse Dias.

A fala pode ser compreendida como uma crítica ao MDB, ao PT e ao PSDB (partidos com maior fatia do fundo eleitoral), Geraldo Alckmin (candidato com maior tempo de rádio e TV na propaganda eleitoral) e Henrique Meirelles (que doou R$ 20 milhões para a própria campanha).

Assista a sabatina na íntegra:

Impeachment pela metade

Alvaro Dias disparou duras críticas contra Michel Temer. Para o senador, a oposição realizou um "impeachment pela metade" quando depôs Dilma Rousseff e deveria, naquela oportunidade, ter impedido também o então vice-presidente e convocado novas eleições.

Dias disse ainda que o presidente da República abriu um "balcão de negócios" com a Câmara para salvar seu próprio pescoço. "Temer permaneceu esse tempo todo muito mais se reunindo com advogados de defesa do que com ministros", disse o senador.

?Próximo presidente: 50% comunicação

Um dos eixos da campanha eleitoral de Alvaro Dias é o discurso "antissistema". Em vários momentos o senador afirmou que, caso eleito, escolherá sua equipe de governo por critério de competência, sem influência política dos partidos.

Questionado durante a entrevista sobre como conseguiria lidar com o Congresso Nacional sem negociar cargos - o conhecido "toma-lá-dá-cá" -, Dias defendeu a tese de que os parlamentares deverão colaborar com uma agenda suprapartidária de governo se houver pressão popular para tanto.

"O próximo governo tem que ser 50% gestão e 50% comunicação. O presidente terá de se comunicar com a população para mostrar que as propostas são viáveis. Obtendo apoio da população, obteremos apoio do Congresso", disse Alvaro Dias.

Educação

O presidenciável do Podemos disse que não considera insuficientes os recursos que atualmente financiam a educação no Brasil. "A questão é gestão, competência, planejamento, honestidade", afirmou.

Entre as propostas, Alvaro Dias disse que pretende dar maior atenção para a educação infantil, com "investimentos vigorosos" na faixa de 0 a 6 anos. Além disso, o senador também declarou ter a intenção de abrir 500 escolas de formação para o trabalho, com a expectativa de atender e preparar um milhão de jovens para o primeiro emprego.

?Aposentadoria para caridade

Enquanto comentava o aumento de salários para o Judiciário, Alvaro Dias defendeu o combate aos privilégios e disse nunca ter recebido "um centavo" de aposentadoria por ter ocupado o cargo de governador do Paraná. Neste momento, ele foi lembrado pela jornalista Andreza Matais que chegou a requerer os valores, mas depois recuou do pedido.

Assim como na época, o senador justificou ter feito o pedido para doar os valores à entidades de assistência social.

"Eu requeri em 2010, atendendo um apelo de duas entidades de assistência social que estavam em dificuldade e sabiam que eu abria mão da minha aposentadoria. Mas a imprensa preferiu condenar a mim, por pretender transferir, a condenar aqueles que colocam no bolso. Eu desisti e não recebi nenhum centavo até hoje", afirmou Dias na entrevista.

?Lula: violência ao Estado de Direito

Perguntado sobre a candidatura do ex-presidente Lula, Alvaro Dias disse que "o preso ser candidato é uma afronta, um acinte, um desrespeito. É a tentativa de violentar o Estado de Direito, de rasgar a Lei da Ficha Limpa". Ele também criticou a presença do nome do petista nas pesquisas de intenção de voto.

"Não há como entender como pessoas de bem nesse país, lúcidas, inteligentes, possam desejar um preso condenado candidato à Presidência da República, porque isto é dizer 'eu sou a vítima e me rendo ao meu algoz'", disse.

O senador afirmou que pretende transformar a Lava Jato em uma "política de Estado" contra a corrupção.

Alckmin e a "arca de Noé"

Ex-filiado ao PSDB, Alvaro Dias foi questionado sobre a possibilidade de compor um eventual governo de Geraldo Alckmin e disse que não faria parte da "arca de Noé" do candidato tucano, em referência ao apoio do Centrão.

"Não há como aceitar fazer parte dessa 'arca de noé', porque isso é sustentação do sistema atual que eu combato. Nós temos que partir ao meio esse balcão de negócios. Isso assalta o Brasil", disse.

Veja vídeo do Carrapato Estadão em que Alvaro Dias comenta a "arca de Noé":

?IR: isento até R$ 5 mil

Durante a entrevista, Alvaro Dias apresentou a proposta de isentar do pagamento do imposto de renda os contribuintes que recebem até R$ 5 mil por mês. Segundo o candidato, a medida poderia gerar um aumento de consumo capaz de superar os recursos que deixariam de ser arrecadados.

Ministro Sérgio Moro?

Alvaro Dias disse que o convite ao juiz Sérgio Moro para assumir o ministério da Justiça se vencer as eleições traduz um desejo popular. O senador disse que não exigiu nenhuma resposta do magistrado.

Armas, aborto e legalização das drogas

Sobre alguns dos temas mais polêmicos, Alvaro adotou uma postura conservadora durante a sabatina. Ele disse ser favorável à flexibilização do Estatuto do Desarmamento, desde que exista rigor na fiscalização para o porte de armas. O senador afirmou ainda ser "frontalmente" contra a legalização das drogas e disse que, pessoalmente, considera correta a atual legislação sobre aborto.

Petrobrás

O senador propôs a privatização de subsidiárias da Petrobrás. "Se fossemos privatizar a Petrobrás, como alguns querem, estaríamos privatizando na bacia das almas. E ela continuaria estatal, falando chinês. A privatização da Petrobrás é nas suas subsidiárias", disse.

Previdência

O presidenciável defendeu a adoção de um sistema de capitalização na Previdência, com a criação de contas individualizadas para cada cidadão.

Além disso, o senador também disse que o "fundão", formado por recursos das contribuições previdenciárias e dos ativos das empresas estatais, será gerido por 19 conselheiros indicados pelo setor privado e liderado pelo BNDESPar.

Estadão
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