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'Tudo foi feito antes do período eleitoral', diz deputado do PT sobre influenciadores

O candidato ao Senado pelo PT mineiro nas eleições 2018, Miguel Corrêa, sócio de empresa suspeita de pagar por postagens favoráveis a petistas, nega crime eleitoral

31 ago 2018 - 05h11
(atualizado às 11h56)
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Sócio da Follow, empresa suspeita de fazer o recrutamento e pagamento de influenciadores por publicações a favor de petistas durante as eleições 2018, o deputado federal e candidato ao Senado por Minas Gerais, Miguel Corrêa (PT), negou ao Estado irregularidades e disse que tudo ocorreu antes do período eleitoral como uma forma de teste para verificar tendências para viralização de conteúdo nas redes.

O caso ganhou repercussão depois que usuários do Twitter questionaram publicações favoráveis à reeleição de Wellington Dias (PT) ao governo do Piauí. Uma influenciadora identificada como Paula Holanda disse ter sido procurada por uma agência de marketing digital, a Lajoy, para participar de uma ação "de militância política para a esquerda" e, quando percebeu se tratar de publicações de cunho partidário, decidiu denunciar. Também foram encontradas publicações favoráveis a outros candidatos do PT. Os influenciadores teriam sido selecionados por meio do aplicativo Brasil Feliz de Novo, criado pela Follow. Abaixo os principais trechos da entrevista:

Houve um esquema de propaganda irregular na internet envolvendo sua empresa?

Não tenho qualquer dúvida da minha atitude ou postura. Em se tratando de política, de uma candidatura ao Senado e de parte da imprensa que sempre está disposta a caluniar, eu não tinha dúvida que isto poderia acontecer. E se pensarmos que se tratava de um movimento que permitia a esquerda construir e compartilhar ideais e informações, tudo dentro da legalidade, construindo o processo democrático, não existe surpresa nestas acusações. Sigo absolutamente tranquilo, tenho firmeza da legalidade das ações. Não houve irregularidade eleitoral.

Foi feito algum tipo de seleção de influenciadores no aplicativo?

A seleção foi feita por uma agência (Lajoy) e tinha o objetivo de entendê-los, ouvi-los, desenhar a melhor tática e identificar as bandeiras e o que elas representam. A ideia era entender o melhor gif, o melhor tag, o melhor lead para quando surgisse um cliente, pudéssemos apresentar estas análises. Reafirmando que isto aconteceu fora do período eleitoral e sem nenhum pedido de voto. Tratava-se de um laboratório de compreensão da web sociedade. E nada melhor que os influenciadores de esquerda que representam as pautas das minorias para testá-lo.

A Justiça Eleitoral pediu dados dos usuários dos aplicativos. O sr. vai colaborar?

Somos cumpridores da lei. Na última segunda-feira (27) fiz uma live e convidei o Ministério Público Federal e a Polícia Federal a assistirem. Nela, refutei uma a uma das acusações. Todos os esclarecimentos serão prestados. Com relação aos usuários, o aplicativo é aberto, os usuários têm liberdade.

Sua equipe foi procurada pela Justiça Eleitoral sobre o assunto?

A empresa parceira (Lajoy) recebeu uma notificação que trata do tema da publicidade eleitoral irregular, tema que prevê multa. Vamos provar que tal publicidade nunca ocorreu porque nunca existiu um pedido de voto sequer. Principalmente no período eleitoral. É importante ressaltar também que nunca houve, nas nossas empresas, contratações ou pagamentos de nenhum tipo de influenciador.

Como foi a conversa com a Executiva Nacional do partido?

Eu tenho uma relação muito sólida com meu partido e naturalmente ele não abre mão do meu direito de me fazer compreendido e de esclarecer toda e qualquer acusação. Sou um especialista dos novos empregos do século 21 e eu quero fazer com que isto seja minha bandeira ao Senado.

Fala-se numa possível retirada da sua candidatura ao Senado...

Em hipótese alguma. Esta questão nunca me foi apresentada. Ela partiu indevidamente de um integrante do partido que naturalmente não representa sua totalidade.

Estadão
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