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Duda Mendonça aposta em falta de tesão de Alckmin no governo

Marqueteiro testou o uso da palavra em pesquisa qualitativa antes de recomendar a utilização em campanha de Skaf

26 ago 2014 - 07h41
(atualizado às 09h43)
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Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo de São Paulo, inovou quando apareceu na TV dizendo que o atual governador, Geraldo Alckmin (PMDB), trabalha sem “tesão”. A declaração foi feita no primeiro programa eleitoral do candidato, exibido no último dia 20, e surpreendeu a todos porque, além de teoricamente espantar o eleitor conservador, os confrontos mais quentes não costumam aparecer no início da campanha.

Skaf diz que Alckmin governa sem “tesão”:

O publicitário Duda Mendonça, responsável pelo marketing da candidatura de Skaf, se disse surpreso com o “alarde da imprensa” em torno da questão e afirmou que nenhum dos eleitores que assistiram ao vídeo reclamou do uso da palavra “tesão”. O programa foi exibido a grupos de pesquisa qualitativa antes de ir ao ar na TV.

“A minha equipe de pesquisa ainda perguntou (aos eleitores), forçou a barra: ‘não é estranha essa palavra?´ E o pessoal respondeu que não. A palavra ‘tesão’ aqui em São Paulo é super normal, como é na Bahia”, disse Duda, que é de Salvador. “Todos os meus programas são testados. Eu tenho um grupo para acompanhar o que eu estou fazendo, se estou errando, se estou acertando. Ninguém falou nada. Nem acharam bom, nem acharam ruim”, continuou o marqueteiro.

De acordo com Duda, a ideia, ao usar a palavra “tesão”, é mostrar que o candidato Skaf é um homem “firme” e "diferente". “Ele quer mostrar que é diferente. Quem é o mais firme dos dois? Não preciso responder. São Paulo inteiro sabe. Não quer dizer que é um defeito, é uma característica. Então isso é importante, que fique bem clara e bem definida a característica de cada um”, afirmou.

Skaf no segundo turno

Para o publicitário, o eleitor paulista rejeita o PT e acaba reelegendo os tucanos, há 20 anos no poder, por falta de opção. “Como está a situação de São Paulo hoje? São Paulo não quer o PT. São Paulo quer uma opção contra o PT. Então, como não vê outra brecha, (o eleitor) vota no PSDB. Mas não está contente com o PSDB, porque as coisas não estão andando”, disse Duda.

O marqueteiro disse ainda que, assim que Skaf subir nas pesquisas e chegar à marca dos 20% - hoje o candidato tem 16% das intenções de voto, segundo o Datafolha, contra 55% de Alckmin -, deverá herdar votos que hoje são do atual governador. “Acho que Skaf tem muita chance de ir para o segundo turno. Eu diria muita chance”, arriscou.

Para isso, o marqueteiro aposta na superexposição do candidato no horário eleitoral na TV. “(O cenário) começa a mudar em 15 dias. Em 15 dias eu tenho seis programas e mais de 70 comerciais. É um volume de propaganda e de mídia que vai fazer com que as pessoas conheçam mais o Skaf”, afirmou Duda. “Eu acredito que, quando Skaf começar a aparecer mais e tiver 18, 20 pontos, o eleitor que está votando no Alckmin como única opção contra o PT vai ver o meu slogan. E qual é o meu slogan? 'Existe um novo caminho para São Paulo'”, concluiu.

Apoio a Dilma

Skaf, que tem sido pressionado a dizer em quem votará para presidente da República, tem se mantido firme na estratégia de não declarar voto em Dilma Rousseff (PT). Como solução para não vincular sua imagem à da presidente, que tem altos índices de rejeição em São Paulo, mas é aliada do PMDB no plano nacional, Skaf insiste que votará no vice-presidente Michel Temer (PMDB), presidente de seu partido e vice na chapa de Dilma à reeleição.

Embora afirme que o eleitor paulista rejeita o PT, Duda Mendonça diz que não interefere nas “decisões políticas” de Skaf e que o voto para presidente do candidato não é discutido pela campanha. “De decisões políticas eu não participo. Não quero participar, não devo participar. Essa é uma postura do candidato”, encerrou.

Fonte: Terra
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