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Rodrigo Maia compara Ciro Gomes a César Maia e diz que DEM está entre 'ideias'

O presidente da Câmara afirmou que, caso desista de se lançar candidato, seu partido terá que decidir entre apoiar alguém que tem maior afinidade com seu programa de governo ou aquele que facilita a composição dos palanques

5 jul 2018 - 21h00
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RIO DE JANEIRO - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 5, durante evento no Rio de Janeiro, que, caso realmente desista de se lançar candidato à Presidência da República nas eleições 2018, seu partido terá que decidir entre apoiar o candidato que tem maior afinidade com seu programa de governo (Geraldo Alckmin, do PSDB) ou aquele que facilita a composição dos palanques estaduais (Ciro Gomes, do PDT).

"Esse é o desafio: do ponto de vista das ideias, é mais fácil (apoiar) Geraldo Alckmin; do ponto de vista dos palanques estaduais, é muito mais difícil fechar esse quebra-cabeças (com o PSDB). Os diretórios regionais têm mais afinidade com Ciro", afirmou.

Maia elogiou as propostas de governo de Alckmin e disse que "historicamente" o DEM é aliado do PSDB, e isso deve ser levado em conta. "Na questão das ideias, nossa convergência é com Geraldo", afirmou. "Mas na questão dos palanques regionais temos uma distância do ex-governador. Como fecha esse quebra-cabeça? Nós estamos discutindo com nossos diretórios regionais, que têm mais afinidade com Ciro", disse.

Rodrigo Maia comparou Ciro Gomes ao seu pai, o ex-prefeito e atual vereador do Rio de Janeiro César Maia (DEM). Para o deputado, Ciro faz o oposto do que César fazia enquanto prefeito: "Na área econômica, no meu entendimento, o Ciro faz invertido o que o ex-prefeito César Maia fazia. (César) vocalizava para a direita e governava com a agenda de esquerda, com projetos sociais muito fortes e muito bem avaliados, como o Favela Bairro", afirmou.

Para Rodrigo, Ciro fala para a esquerda, mas defende o equilíbrio fiscal, medida que a direita cobra. "O Ciro tem uma agenda, que para mim é a coisa mais importante, que é a agenda do superávit fiscal. Para fazer superávit tem que reduzir o tamanho do Estado, tem que reduzir as despesas públicas e os incentivos fiscais, além de fazer as reformas. Na hora em que ele defende o equilíbrio fiscal, no meu ponto de vista ele está defendendo a reforma do Estado, que a gente também defende. Só que ele vocaliza para a esquerda. Ele vai a um evento da Confederação Nacional da Indústria e com muita competência faz um discurso 'os empresários estão numa posição e eu estou defendendo o trabalhador'. Inteligente", elogiou o presidente da Câmara.

"Claro que tem coisas das quais a gente discorda, como a política de intervenção na taxa de juros dos bancos públicos. (A ex-presidente) Dilma (Rousseff) fez isso e a gente já viu que não funciona, mas é uma questão de diálogo. Se a decisão do partido for essa, e muitos diretórios regionais veem como uma boa alternativa, nós vamos", afirmou.

Maia afirmou que a crise dos caminhoneiros, no final de maio, impediu que sua candidatura à presidência da República deslanchasse. "Quando explodiu a crise dos caminhoneiros, aliada à crise da Argentina, eu disse publicamente: minha posição como presidente da Câmara precisa prevalecer. Precisei priorizar a pauta da Câmara em detrimento da minha pré-candidatura (à Presidência)", afirmou. Mas ele ainda não bateu o martelo, e classificou a desistência como "uma hipótese".

Questionado se almeja ser reconduzido à presidência da Câmara, Maia disse que ainda não é hora de pensar nisso: "Se eu não for candidato à Presidência, serei (candidato) a deputado. A presidência da Câmara é uma conjuntura que só depois da eleição a gente vai discutir. Primeiro tem que ganhar a eleição e ver qual será a nova configuração da Câmara, para saber se tem chance ou não".

Intervenção

Para o presidente da Câmara, a intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio deve terminar ao fim deste ano, mas a política de segurança implementada pelo interventor deve ser mantida. Por isso, Maia defende que o próximo governador convide o interventor, general Walter Braga Netto, para ser secretário estadual de Segurança.

"O planejamento (da intervenção) começou atrasado, porque nem o general sabia que haveria intervenção, então pegou o bonde no meio do caminho, teve que pular dentro do trem a 200 quilômetros por hora, e na hora em que a coisa vai começar a dar algum resultado troca o secretário, a política de segurança. A pior política é ficar trocando a política de segurança a cada seis meses. É claro que o governador eleito terá toda a legitimidade para tomar a decisão que quiser, mas eu defendo que Braga Netto fique mais pelo menos um ano", afirmou.

Estadão
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