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Líderes trocam embate direto por 'indiretas' no debate em MG

Líderes nas pesquisas, Pimentel e Anastasia não protagonizaram polarização direta

3 out 2018 - 01h32
(atualizado às 08h13)
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BELO HORIZONTE - O último debate entre os candidatos ao governo de Minas Gerais, promovido pela Rede Globo, nesta terça-feira, 2, foi marcado por "indiretas" entre os candidatos que polarizam a disputa eleitoral no Estado. O atual governador, Fernando Pimentel, que tenta a reeleição pelo PT, e Antonio Anastasia, do PSDB, não fizeram perguntas diretas entre os dois, mas isso não impediu que acusações fossem trocadas.

Os dois candidatos lideram as pesquisas de intenção de voto, com certa distância para os demais postulantes. Em pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira, 2, horas antes do debate, Anastasia está na primeira colocação com 33% das intenções de voto, enquanto Pimentel está na segunda posição, com 22%. O terceiro colocado é Romeu Zema, do Novo, que tem 10% das intenções de voto.

O governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, Fernando Pimentel (PT)
O governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, Fernando Pimentel (PT)
Foto: Fernando Moreno / Futura Press

Pimentel focou suas respostas na crise financeira do Estado, dando ênfase na questão previdenciária. Sem perguntar diretamente para Anastasia, o governador criticou a gestões do PSDB, que governou Minas com Aécio Neves (2003 a 2010) e Anastasia (2010 a 2014). "Eles ficaram 12 anos no poder, deixaram um rombo, fizeram obras desnecessárias, e um problema estrutural, na previdência estadual", afirmou.

Já Anastasia respondeu questões sobre obras paralisadas e fez críticas à gestão de Pimentel, classificado pelo candidato como "pior governo da história de Minas", e também à ex-presidente Dilma Rousseff, que disputa uma vaga no Senado e foi chamada de "senadora paraquedista". "Nós fizemos muitas obras em meu governo e as obras maiores não se concluem em um mandato só. O que aconteceu é que o atual governador não deu continuidade às obras que estavam sendo feitas".

Os dois candidatos negaram que foi parte da estratégia evitar o confronto direto. "Depende dos temas das perguntas, é o momento da escolha, que tem que ser rápida e você não raciocina muito", disse Anastasia. Já Pimentel afirmou que a falta de perguntas diretas foi por "falta de oportunidade". "O que tinha que ser dito foi dito, não necessariamente precisa ser perguntado diretamente", declarou.

Apesar do governador de Minas Gerais, em diversos momentos, falar sobre a candidatura de Fernando Haddad, do PT, para a Presidência, o postulante do PSDB, Antonio Anastasia, não mencionou o candidato do partido, Geraldo Alckmin. "Eu não citei porque o debate é para o governo de Minas Gerais, não para presidente da República", disse o senador. Já Pimentel tratou a eleição de Haddad como fundamental para resolução da crise financeira no Estado.

O candidato do Novo, Romeu Zema, participou de seu primeiro debate nesta disputa eleitoral e protagonizou embates acirrados com o postulante do Avante, Claudiney Dulim. Após prometer acabar com "cargos desnecessários", Zema foi comparado por Dulim ao ex-presidente Fernando Collor. "O Fernando Collor acaba de chegar em Minas, o novo caçador de Marajás", disse o postulante do Avante.

Em outro momento, Claudiney Dulim criticou o partido Novo. "Esse projeto de Novo, só tem novo no nome. Precisamos entender melhor qual é a proposta de vocês", disse. Romeu Zema respondeu: "Acho que você estudou pouco sobre mim", e declarou que a campanha de seu partido "não recebeu nenhum centavo de dinheiro público".

Dirlene Marques, do Psol, defendeu propostas relacionadas à mulheres e à educação, mas também criticou Fernando Pimentel e Antonio Anastasia. Para o atual governador, a candidata disse em "quatro anos de governo você poderia ter redirecionado as formas de investimento", e para Anastasia, Dirlene afirmou que o senador foi um dos responsáveis pela aprovação da "PEC do Teto dos Gastos", que colocou um limite nos gastos públicos nos próximos vinte anos.

O candidato do MDB, Adalclever Lopes, defendeu propostas relacionadas à inclusão de pessoas com deficiência e a criação do "Programa Mais Médicos Minas". Além disso, o postulante, mais uma vez, evitou falar sobre o processo de impeachment contra o governador Fernando Pimentel.

O debate foi dividido em quatros blocos, todos com perguntas feitas entre os candidatos. O primeiro e o terceiro foram com perguntas de temas livres. No segundo e quarto, as questões eram de temas determinados por sorteio. No último bloco, os postulantes tiveram dois minutos para considerações finais.

Bolsonaro

Nas considerações finais, o candidato do Novo pediu votos para o postulante à presidência do partido, João Amoêdo, mas também para Jair Bolsonaro, do PSL. "Aqueles que quiserem mudança, votem em candidatos diferentes, como o Amoedo e o Bolsonaro", disse.

"Os eleitores do Bolsonaro têm uma proximidade muito grande com as nossas propostas. Como ele não tem candidato ao governo em Minas, os eleitores têm se ligado muito à minha candidatura", afirmou Zema.

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