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Presidenciáveis repercutem demissão de Pedro Parente da Petrobrás

Postulantes ao Planalto defendem saída de executivo e comentam política de preços da estatal nas redes sociais

1 jun 2018 - 17h26
(atualizado às 20h05)
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Os pré-candidatos à Presidência da República repercutiram a demissão do presidente da Petrobrás, Pedro Parente, nesta sexta-feira, 1º. O executivo esteve em reunião com Michel Temer no Palácio do Planalto e entregou carta de demissão. No documento, o executivo afirmou que os resultados obtidos à frente da estatal revelam o acerto de medidas que foram tomadas pela empresa, mas que a greve dos caminhoneiros desencadeou "intenso e emocional debate" e por isso sua permanência na presidência "deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente".

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) poupou Pedro Parente de críticas ao falar sobre a demissão do executivo da presidência da Petrobrás.

Pelas redes sociais, Alckmin afirmou que não se pode "desperdiçar" o trabalho de Parente à frente da estatal. "Com a saída de Pedro Parente, o importante nesse momento é não desperdiçar o trabalho de recuperação da Petrobrás", diz a nota do tucano. O presidenciável defendeu a discussão sobre uma política de preços de combustíveis que "preservando a empresa, proteja os consumidores."

Um dos presidenciáveis que havia cobrado publicamente a demissão de Pedro Parente da Petrobrás, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou que a saída do executivo da estatal não é suficiente e que a política de preços adotada durante sua gestão deve ser revista.

"Não basta demitir o senhor Pedro Parente", disse Ciro, em vídeo publicado em suas redes sociais. "É preciso exigir que a política de preços que ele impôs seja trocada", completou, reforçando que a revisão da situação não pode ser feita com "demagogia".

Ciro defende que a Petrobrás adote um modelo de preços com base em seus custos e lucros comparados com os competidores, e não com base na variação do dólar e dos ativos no mercado internacional. O pedetista cobrou que a empresa atenda aos interesses nacionais, e não aos de acionistas minoritários.

O vídeo foi publicado no Twitter de Ciro após ele e outros pré-candidatos serem cobrados por um internauta para se posicionarem sobre a saída de Parente.

Ciro reforçou a ligação de Parente com o PSDB, que lançou a pré-candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Ele classificou como "falta de respeito" o aumento do preço na gasolina em plena crise decorrente da greve dos caminhoneiros. "Essa falta de respeito é a política do PSDB", disse o presidenciável do PDT.

Marina Silva, da Rede, disse que a gestão de Parente foi bem avaliada pelo mercado, mas deixou a desejar pela falta de sensibilidade em "repassar o aumento do preço do combustível direto ao consumidor". "Você não pode ter uma ação dogmática contra e nem pró-mercado. Sua saída reflete também os erros de um governo sem credibilidade que não teve capacidade de compreender a tempo a gravidade da situação", afirmou a ex-senadora, em nota.

Segundo ela, a saída do executivo revela as dificuldadesdo governo em apresentar soluções para a crise que vive o País. "Tudo é feito de afogadilho, ao sabor de circunstâncias, sem planejamento, sem reflexão e, principalmente, sem legitimidade".

#Petrobras: não basta apenas demitir o Pedro Parente. Tem que mudar a política de preços. #PedroParente pic.twitter.com/ZsLoW4Ku7n

Também via Twitter, o pré-candidato Flávio Rocha (PRB) criticou as gestões dos últimos três presidentes da Petrobrás. "Gabrielli e Graça Foster usaram a Petrobrás para conter a inflação e quase quebraram a empresa. Parente repassou o alto custo da ineficiência e gerou a revolta dos caminhoneiros", declarou Rocha. "O problema não é a política de preços, é o monopólio", escreveu.

Guilherme Boulos, do PSOL, elogiou a saída de Parente. Para ele, a política de preços da Petrobrás foi "desastrosa". Em um tuíte anterior, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) já havia criticado a postura do presidente da estatal.

"Para baixar o diesel, governo retira quase R$ 200 milhões de universidades públicas e do SUS [Sistema Único de Saúde]. A opção é cortar em Saúde e Educação em vez de enfrentar os interesses financeiros que sustentam a política de preços da Petrobrás. Retrato das prioridades de Temer e Pedro Parente", escreveu.

Defesa. Na contramão das críticas, João Amoêdo (Novo) defendeu Pedro Parente. "Esse é o ambiente que temos hoje: a velha política afasta os bons profissionais. Reverter esse quadro é um dos nossos objetivos", afirmou.

O pré-candidato Álvaro Dias (Podemos) disse que Pedro Parente foi a primeira "vítima" da greve dos caminhoneiros no governo. "A greve dos caminhoneiros fez a primeira vítima no governo: o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, pediu demissão", diz texto assinado pela equipe do candidato em sua conta no Twitter. Em outra publicação, o presidenciável observou que o mercado financeiro fechou esta sexta-feira, 1º, "em dia de tensão".

Estadão
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