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Pré-candidatos ao governo gaúcho criticam política de reajustes da Petrobrás

A exceção foi o governador Ivo Sartori, que deve se candidatar à reeleição pelo partido do presidente Michel Temer

5 jun 2018 - 07h32
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PORTO ALEGRE - A diminuição da carga tributária, o fim da política atual de reajustes da Petrobrás e até a saída de Michel Temer foram algumas das pautas defendidas pelos principais pré-candidatos ao governo gaúcho ao comentarem a greve dos caminhoneiros. Entre eles não houve quem se manifestasse contra a paralisação.

Pré-candidatos ao Palácio Piratini, Eduardo Leite (PSDB) e Jairo Jorge (PDT) defenderam a redução de impostos no País. Leite afirmou que a greve teve "razão de ser" pois a carga tributária no Brasil é alta. "O governo precisa do dinheiro, porque ele gasta mal e é pesado", afirmou o tucano. Expressando solidariedade aos caminhoneiros, Jorge disse que o Brasil precisa diminuir impostos e a burocracia.

Já Luis Carlos Heinze (PP) disse ser a favor da paralisação e da revisão da política de preços dos combustíveis, "mas não para voltar como o PT fazia, porque quebraram a Petrobrás". Para o pré-candidato do PT ao governo, Miguel Rossetto, a paralisação é uma "reação a essa escalada selvagem de preços de combustíveis insuportável para o brasileiro".

A exceção às críticas ao governo federal foi o governador do Estado, José Ivo Sartori (MDB), que não ainda confirmou publicamente sua pré-candidatura à reeleição pelo partido do presidente Michel Temer. Durante a paralisação, Sartori montou um gabinete de crise para acompanhar os desdobramentos. Em nota, afirmou que "a crise não nos tirou a oportunidade de articular", e garantiu esforços para amenizar as consequências da greve.

Finanças

O professor Carlos Gadea afirma que temas como a diminuição de impostos, a dívida e o desemprego, que já estavam na pauta no Rio Grande do Sul devido à crise nas finanças do Estado, ganharão ainda mais destaque na campanha em razão da paralisação. "A reforma tributária também entra na agenda, e junto com ela tudo o que tem a ver com empresas públicas", explica.

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Assim, as privatizações da Petrobrás (em âmbito nacional) e de empresas de gás, energia e mineração (no Rio Grande do Sul) devem ser pauta nessas eleições, afirma o professor. O governo gaúcho, por exemplo, está tentando aprovar um plebiscito para privatizar três empresas ainda este ano. Segundo o analista, não houve, contudo, partido ou candidato que tenha se beneficiado com essa paralisação no estado. "É uma bagunça tão grande que ninguém pode dizer que ganhou disso", diz.

Para o analista político e professor da Unisinos, Carlos Gadea, a greve deve provocar reflexão dos candidatos sobre a sensação que o eleitorado tem com relação aos partidos e ao sistema. "Quando a sociedade apoia os caminhoneiros há uma espécie de indignação coletiva. A paralisação serviu para canalizar uma série de demandas que extrapolam a própria questão da greve. É esse diagnóstico que o candidato tem que ter", diz Gadea. Isso pode explicar, segundo ele, a quantidade distinta de pautas apoiadas pelos pré-candidatos.

Estadão
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