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Onyx e Bebianno divergem sobre anúncio de nomes que comporão governo Bolsonaro

Cúpula da campanha do presidente eleito se reuniu nesta terça para a primeira reunião de transição

30 out 2018 - 10h11
(atualizado às 13h23)
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RIO - A cúpula da campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) chegou, no fim da manhã desta terça-feira, na casa do empresário Paulo Marino, na zona sul do Rio, para fazer sua primeira reunião de transição. Bolsonaro chegou por volta de 10h30. Assessores diretos de Bolsonaro deram informações divergentes sobre o anúncio de nomes do próximo governo.

O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), principal articulador político da campanha eleitoral e indicado para chefiar a Casa Civil, disse que nomes de futuros ministros só seriam anunciados em dezembro. Já Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL e um dos coordenadores da campanha eleitoral, disse que nomes poderão ser definidos na reunião de hoje e podem ou não ser anunciados ainda nesta terça-feira. Segundo Bebianno, o governo terá em torno de 15 ministros e cerca de metade dos nomes está definida.

"Ele (Bolsonaro) vai nos orientar sobre como iniciar o contato com o atual governo", disse Lorenzoni, ao chegar para a reunião. O deputado confirmou que irá a Brasília na quarta-feira para um encontro com representantes do governo Michel Temer, quando já serão apresentados nomes para integrar a equipe de transição. Os trabalhos de transição começarão para valer na próxima segunda-feira, dia 5, informou Lorenzoni.

Bebianno, que chegou depois de Lorenzoni, disse que montar a equipe de transição será a prioridade do momento. Segundo ele, apenas Bolsonaro deverá anunciar os nomes, talvez ainda nesta terça-feira. Sobre o nome do juiz federal Sérgio Moro para ministro da Justiça ou do Supremo Tribunal Federal (STF), como adiantou ao Estado, no último dia 21, Bebianno disse que "certamente Bebianno e Moro vão se falar em algum momento".

"Esperamos que ele se engaje de alguma forma. É um nome muito emblemático. Um nome muito importante para o Brasil, para a população do Brasil. Estamos na expectativa de que ele aceite se engajar de alguma forma", afirmou Bebianno.

Bebianno disse que há "um nome muito forte para a Educação", mas que o comando da pasta da Saúde ainda está sendo estudado. "Ninguém está com pressa para indicar nada. O governo só começa em 1º de janeiro. Agora, a preocupação é montar equipe de mais linha de frente, digamos assim, e depois é começar o trabalho", afirmou o assessor.

Sobre os ataques de Bolsonaro ao jornal Folha de S.Paulo, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, desta segunda-feira, Bebianno classificou-os como "críticas". Bolsonaro disse, durante a entrevista, que pretende tirar recursos da publicidade oficial do governo federal de veículos de imprensa que se comportarem de maneira "indigna", como seria supostamente o caso da Folha.

"Será que a crítica é unilateral? Eu acho que nós vivemos num regime democrático. Se ele se sentiu atacado em algum momento de uma forma fora de uma linha de normalidade, isso faz parte da democracia. Ninguém está atacando ninguém. São críticas", afirmou Bebianno.

Ele alegou também que reduzir publicidade oficial do jornal não é ameaça e que, para essa verba, deve haver um "equilíbrio" e um critério técnico, sobre o qual estão estudando. "Entendemos que o Estado gasta muito dinheiro com publicidade de forma desnecessária, acreditamos que isso é um desperdício. Já houve muitos escândalos na Secretaria de Comunicação. Escândalos, mais desconfiança de como se manipula esse dinheiro. Isso vai ser revisto de forma democrática, tranquila e seguindo os padrões legais", afirmou.

Estadão
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