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No Nordeste, centro-direita vê dificuldade de enfrentar 'lulismo' nas eleições

Este foi um dos temas discutidos 17.º Fórum Empresarial do Lide, evento idealizado por João Doria

4 jun 2018 - 14h53
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RECIFE - Enquanto o PT tenta romper o isolamento político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, líderes dos partidos de centro-direita no Nordeste enfrentam dificuldades em encontrar políticos dispostos a enfrentar o "lulismo" nas eleições majoritárias desse ano.

Esse foi o principal tema de debate nos bastidores do 17.º Fórum Empresarial do Lide, evento que reuniu empresários, presidenciáveis e lideranças políticas em Recife entre quarta e sexta-feira, 20.

Como acontece desde 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff rompeu com o idealizador do evento, o ex-prefeito João Doria (PSDB), o Fórum não recebeu neste ano políticos do campo da esquerda - a exceção foi o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

Os dois casos mais emblemáticos - e que preocupam sobretudo o PSDB e o DEM - são justamente os de Pernambuco e Bahia, onde o deputado Bruno Araújo e o prefeito de Salvador, ACM Neto, desistiram de disputar os respectivos governos.

Em Pernambuco, as negociações locais caminham para a formação de um grande palanque estadual encabeçado pelo senador Armando Monteiro (PTB), que é próximo a Lula e faz elogios ao "legado" do ex-presidente no Nordeste. Nas conversas reservadas, tucanos reconhecem que o ex-governador Geraldo Alckmin tem "traços" nas pesquisas internas e não terá palanques sólidos.

"O Nordeste é o ponto forte do PT. Uma candidatura majoritária que não surfa na onda da opinião pública daqui tem um trabalho redobrado. A missão do DEM e de outros partidos de centro para chegar ao Nordeste é combater a guerra da desinformação", disse o deputado Efraim Filho (DEM-PB). Segundo ele, o "lulismo" ainda é muito forte no Nordeste, mas o petismo não. "O petismo está em decadência", afirmou o parlamentar.

Bruno Araújo também reconhece que a força de Lula é muito substancial. "A liderança exercida pelo ex-presidente Lula é um componente que tem influência na montagem do palanque e estratégia de campanha", disse Bruno Araújo.

Estadão
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